fbpx Skip to main content

A competividade, um tema recorrente na iniciativa privada, passa a ser percebida como um atributo que permeia todos os campos da sociedade. Além da competição entre empresas, há hoje a competição entre países, estados e municípios. O mesmo vale, inclusive, para organizações sem fins lucrativos, afinal de contas, umas competem com as outras pelos escassos recursos disponíveis para poder executar as suas próprias missões.

Na sociedade contemporânea, que nos propõe estarmos permanentemente em competição, talvez tenhamos perdido a essência de nossa humanidade, aquilo pelo qual o homo sapiens superou os desafios das savanas para evoluir e literalmente conquistar o mundo, a colaboração. Foi exatamente a colaboração que permitiu coordenar diferentes aptidões e responsabilidades na construção de uma sobrevivência coletiva. Foi exatamente essa capacidade abstrata de conjugar esforços com um propósito comum que nos diferenciou e nos trouxe até os tempos de hoje.

Quando falamos de ampliar a competividade de um Estado, estamos falando em desenvolver e coordenar melhor nossas aptidões para transformá-las em competências disponíveis, assim como a apropriação de nossas responsabilidades individuais e coletivas em prol de um objetivo maior. É a busca de uma vantagem comparativa e percebível a outros, de forma que possamos atrair, reter e desenvolver o máximo de recursos e condições para melhor trabalhar e viver.

O ponto chave que emerge desta derivação de competitividade para cooperação, ou conforme o termo “coopetition” que foi cunhado em 1996 pelo professor de negócios Adam M. Brandenburger e pelo economista Barry J. Nalebuff, em seu livro intitulado “Coopetition: A Revolutionary Mindset That Combines Competition and Cooperation”, é a confiança. Pois, é a confiança que permite que as transações comerciais sejam realizadas com mais facilidade e segurança, reduzindo a necessidade de contratos formais e outras medidas de proteção.

Se queremos ser competitivos, precisaremos reaprender a colaborar de forma mais frequente, eficiente e eficaz. O primeiro passo é reestabelecermos os mecanismos de cumprimento dos nossos compromissos e responsabilidades e, assim, construirmos uma confiança robusta de que podemos contar uns com os outros. Talvez, antes de questionarmos a falta de confiança no outro, possamos nos questionar, eu sou uma pessoa em quem se pode confiar?

Os autores dos artigos, vídeos e podcasts assumem inteira responsabilidade pelo conteúdo de sua autoria. A opinião destes não necessariamente expressa a linha editorial e a visão do Instituto Dynamic Mindset.

Daniel Santoro

O empresário Daniel Santoro é voluntário com mais de 20 anos de dedicação à ONG Parceiros Voluntários e desde abril de 2020 ocupa o cargo de Presidente do Conselho de Administração da entidade. Natural de Montevidéu, no Uruguai, Santoro se mudou para o Brasil junto de sua família aos nove anos de idade. Formado em Engenharia Agrícola e Pós-graduação em Marketing, pela ESPM , em Business Administration na Universidade de Berkeley, na Califórnia e Corporate Director Certification, em Harvard.

Um comentário

Deixar um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.