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Há alguns anos, nos deparávamos debatendo os algoritmos e mecanismos de busca de mercado.  O debate foi tão intenso que acabou virando um ensaio – “O buscador Google Hummingbird: análise discursiva do processo de individuação a partir do conceito do filtro invisível”.

Na época tudo nos remetia ao conceito de Filtro Invisível “The Filter Bubble – O que a internet está escondendo de você” , onde os buscadores da empresa Google faziam várias implementações nos algoritmos de procura para entender o que o usuário estava tentando localizar e as consequências destes filtros algorítmicos aplicados às buscas.

De fato, foi muito interessante a época entender e ler sobre as diversas designações que especificamente este mecanismo de procura utilizava para denominar cada algoritmo, em uma busca frenética e incessante para responder ao usuário com um registro assertivo, ou seja, procurar acertar exatamente o que se busca através de algumas palavras-chaves fornecidas pelo usuário.

Evidentemente isto também nos remeteu a lembrarmos do início, dos primeiros algoritmos, onde a dificuldade estava tanto em estabelecer padrões de resposta como entender quais daquelas respostas efetivamente representavam o interesse efetivo do usuário do mecanismo de procura. Apesar de acharmos o que tínhamos a época o máximo, de fato estava longe do ideal, já que cada usuário ficava passando página por página para encontrar o que realmente queria.

Com o passar dos tempos, o refinamento dos buscadores evoluiu muito rapidamente e hoje vemos os usuários encontrando suas respostas nos primeiros registros retornados.

Obviamente que neste artigo não estamos aqui abordando os links pagos e presentes no topo das páginas de procura. Nosso foco é na incrível evolução dos algoritmos de buscas e resultados pertinentes.

É inegável que a qualidade dos algoritmos existentes por dentro dos mecanismos tecnológicos evoluiu muito e, ao mesmo tempo, a simplicidade de uso para os usuários se manteve, já que as interfaces e o formato de aquisição das informações são muito similares nos últimos anos. E isto em tecnologia poderia ser definido como um pecado… o que fica igual, mesmo que funcional, acaba sendo relativizado tão logo se tenha novas possibilidades funcionais de avanço…

Talvez este conjunto de fatores, entre outros que não vamos abordar aqui, ajudem a explicar o porquê do ChatGPT ter se tornado uma coqueluche mundial nas últimas semanas.

Já são impressionantes 100 milhões de usuários em apenas 2 meses de disponibilização aos usuários em geral do app.

Para além de ser fácil de usar e parametrizar, o ChatGPT é a primeira conexão efetiva e funcional da grande maioria das pessoas com IA (Inteligência Artificial) e estes, estão ficando encantados com os resultados obtidos.

Não surpreende, portanto, que este seja o assunto tecnológico do momento no mundo inteiro!

De fato, o grande mérito até agora do ChatGPT é o de estar introduzindo pessoas não técnicas em informática, de forma simples e efetiva, aos sistemas do tipo “Generative AI” baseados em LLM – Large Language Model.

Tecnologicamente falando nada novo mas, para as pessoas em geral, uma revolução de possibilidades, imaginações e “viagens mentais” ao refletirem sobre as amplas aplicações e formas que elas acabam por inferir possíveis após se aproximarem de tecnologias como estas.

Mas como isto teve início? E o que a levou a se popularizar?

O App ChatGPT surge de uma companhia chamada OpenAI, que se define como “uma organização de pesquisa de inteligência artificial com sede em San Francisco, fundada com o objetivo de tornar a inteligência artificial acessível a todos de forma segura e responsável, a fim de ajudar a construir um futuro positivo para todos. A OpenAI desenvolve modelos de inteligência artificial baseados em aprendizado profundo e conduz pesquisas avançadas em inteligência artificial. Alguns de seus projetos mais conhecidos incluem o modelo de linguagem GPT, bem como robôs e jogos baseados em IA. A OpenAI trabalha com parceiros em vários setores, incluindo tecnologia, saúde e negócios, para aplicar sua tecnologia a problemas complexos e desafiantes.”

Forte né? Beeeeeem ambicioso…

Mais uma startup prometendo mundos e fundos poderíamos elucubrar…. Só que esta, fruto de sua competência, acabou atraindo atenção da Microsoft e de seu poderoso e visionário CEO – Satya Nadella. Este, após avaliar o contexto, fez um aporte há alguns anos de Us$ 1 bilhão entre valores, pesquisa e créditos de uso de cloud e a partir disto, a coisa andou tão rápido, que o CTO – Scott Stein, em recente declaração, disse que “2023 será o ano mais significante da IA até hoje”.

Mas como entender melhor isto tudo?

A tecnologia do ChatGPT é baseada em GPT, da organização OpenAI.

Para explicar melhor o que é GPT, fizemos uma pequena brincadeira com o próprio App ChatGPT e perguntamos a este – “Explain GPT in Portuguese

E a resposta foi: “GPT significa Generative Pretrained Transformer. É um modelo de linguagem de aprendizado profundo treinado pela OpenAI. Ele foi treinado em uma enorme quantidade de texto da internet para gerar texto de forma autônoma, completando frases ou respondendo a perguntas. O GPT é baseado no arquitetura Transformer, que permite que ele capture dependências de longa distância em texto.”

Incrível né? Simples e fácil… e é este poder que está seduzindo milhões ao redor do mundo… preferindo usar a IA regenerativa do ChatGPT do que os já amplamente conhecidos mecanismos de procura tradicionais como Google, Bing, etc.

Para se ter uma ideia dos contextos tecnológicos envolvidos e de seus números, a base deste App regenerativo é o GPT 3.5, que foi treinado pela OpenAI com 175 bilhões de parâmetros. Muita coisa né?

Só que… bem… especula-se que ainda este ano OpenAI irá disponibilizar o GPT 4, que supostamente poderá chegar a 100 trilhões de parâmetros, absurdamente mais poderoso do que o atual que já é maravilhosamente cheio de possibilidades.

Cada vez mais forte a coisa, né?

Bom, com isto tudo, certamente os leitores do nosso artigo estão neste momento refletindo e elucubrando… quantas possibilidades… aonde isto vai chegar? 

E, talvez mais importante, como uso isto nos negócios? E na vida acadêmica? Empregos serão ceifados?… e todo tipo de fantasias, medos, oportunidades e contextos que acabamos sempre nos deparando.

De nossa parte, vemos majoritariamente possibilidades e oportunidades, mas, alguns vislumbram também problemas potencialmente relevantes. O portal “Business Insider” recentemente fez uma matéria chamando atenção de que algumas atividades profissionais estariam em risco com mecanismos como ChatGPT, tais como: Programadores, Analistas de Dados, Jornalistas, Produtores de Conteúdo, Assistentes Legais, Pesquisadores de Mercado, Professores, Analistas Financeiros, Traders, Designers Gráficos, Contadores, Service Deskers, entre outras atividades que terão muito impacto com o uso massivo de IA.

Podemos somar ainda a isto tudo, o medo e receio que a maioria das pessoas tem com algo novo, transformador, que muda o status quo a que estamos acostumados…

Exageros, vanguardas, visões e futurologias à parte, a jogada da OpenAI de abrir ao público o chatGPT de maneira engenhosa, a colocou no topo do pódio de IA no mundo ocidental (sim, a China também é muito capaz em IA), chamando neste momento muito mais atenção do que outras alternativas existentes de mercado no segmento, tais como: a Alphabet/Google e sua subsidiária DeepMind (conhecida de muitos via um certo documentário existente no Netflix). Vale comentar que a Deep Mind produz pesquisas e tecnologias também impressionantes com PaLM, LaMDA e o AlphaFold.

Oppaaa… do que estamos falando? Vamos ver o que o ChatGPT tem a nos dizer sobre os assuntos vinculados a Deep Mind 😊:

–  “PaLM significa Platform for Analytics on Language Models. É uma plataforma de análise de modelos de linguagem que permite avaliar, entender e interpretar modelos de linguagem, como o GPT, em uma ampla gama de tarefas. A PaLM fornece uma interface fácil de usar para visualizar e compreender como modelos de linguagem estão funcionando internamente, permitindo aos usuários avaliar sua precisão, robustez e capacidade de generalização. Isso ajuda a melhorar a confiança nos modelos de linguagem e a tomar decisões informadas sobre como e quando usá-los. Além disso, a PaLM também fornece ferramentas para treinar modelos de linguagem em tarefas específicas, o que os torna mais precisos e aplicáveis a diferentes cenários.”

–  “LaMDA significa Language Model for Dialogue Applications. É um modelo de linguagem desenvolvido pela OpenAI que foi treinado especificamente para compreender e gerar diálogos. LaMDA é diferente de modelos de linguagem convencionais, como o GPT, que foram treinados em grandes quantidades de texto da internet, sem se concentrar em tarefas de diálogo em particular. Ao invés disso, o LaMDA foi treinado em diálogos reais para compreender como as pessoas conversam e responder de maneira apropriada. Isso permite que ele seja usado em aplicativos de conversação, como assistentes virtuais e chatbots, para fornecer respostas mais naturais e humanas. O LaMDA também pode ser usado em outras aplicações que envolvam diálogos, como geração de roteiros de filmes ou jogos de conversa.”

– “Alphafold é um sistema de inteligência artificial desenvolvido pela DeepMind, uma empresa de inteligência artificial do Google. Ele foi projetado para resolver o desafio de prever a estrutura tridimensional de proteínas a partir de sua sequência de aminoácidos. Isso é importante porque a estrutura tridimensional das proteínas é crucial para sua função biológica. Antes do Alphafold, era necessário experimentos laboratoriais caros e demorados para determinar a estrutura de uma proteína. O Alphafold permite prever a estrutura de uma proteína com alta precisão usando apenas sua sequência de aminoácidos, o que pode revolucionar a pesquisa biológica e levar a novos avanços em áreas como medicina e biotecnologia.”

Que bacana, né? Muitas possibilidades, caminhos e novos conceitos para nos familiarizarmos e acompanharmos de forma permanente suas evoluções e os benefícios que todos teremos com o passar dos tempos.

Aliás, a corrida sobre IA está tão acirrada que, no momento que escrevemos estas linhas, o poderoso Google decidiu entrar no jogo com LaMDA, um LLM seu, com um App chamado Bard. Certamente vamos ouvir falar muito deste App em algumas semanas/meses.

E a concorrência? Já reagiu, no mesmo dia… 😊 A Microsoft acaba de informar que vai incorporar chatGPT no seu mecanismo de procura Bing e também em alguns aplicações do Office como Outlook e Word…

Não há como não ficar mega motivado! Há muita coisa boa para acontecer e todos ganharmos praticidade e conhecimento ágil em nosso dia a dia.

Pensamos que nosso dia a dia vai ser mega revolucionado tanto quanto, por exemplo, a Internet mudou nossa forma de acesso a informação e comunicação.

Como? Inúmeras possibilidades e uso.

Você poderá, por exemplo, solicitar que a ferramenta construa e-mails embasados sobre temas específicos e mande isto a seus contatos de trabalho, clientes e fornecedores. Ou redigir uma composição abordando natureza, preservação e futuro da humanidade…

Abra a console e teste você mesmo…. vai se surpreender…

Com isto tudo isto, acreditamos que este imenso “awareness” vai fazer com que cada vez mais os softwares e aplicativos que usamos passem a ter embutidos sistemas LLM e isto vai nos trazer muita praticidade em nosso dia a dia.

Exemplificando… Uma outra aplicação incrível de IA é o Dall-E2, um sistema que gera imagens a partir de textos.

Uaaaauuuu? Como assim?

Segundo o chatGPT, o DALL-E 2 é um modelo de linguagem desenvolvido pela OpenAI que foi treinado para gerar imagens a partir de descrições escritas em texto. Isso significa que, dada uma descrição escrita, como “uma vaca com asas”, o DALL-E 2 pode criar uma imagem realista de uma vaca com asas. O DALL-E 2 é capaz de criar imagens realistas e criativas em uma ampla gama de estilos e categorias, desde animais e objetos até cenas futuristas e imaginárias. Isso abre novas possibilidades para a geração automática de conteúdo visual, como animações, ilustrações e arte digital. Além disso, o DALL-E 2 pode ser usado para ajudar a gerar ideias e soluções criativas em uma ampla gama de setores, incluindo publicidade, design e entretenimento.

Logo, logo, nós e vocês iremos ilustrar nossas apresentações gerando imagens com o Dall E-2 a partir de parâmetros que estaremos inserindo na ferramenta… Show, né?

Você devem também estar se perguntando…. e os buscadores?

Well… tudo indica que teremos revoluções aqui também!

É muito provável que Apps como ChatGPT sejam incorporados definitivamente a estes, ou seja, passem a utilizar LLM de forma aberta mesmo que isto suscite dúvidas sobre questões éticas, copyright, plágio, etc. São questões relevantes estas… Não seriam impeditivas de adoção em massa? Nossa visão é de que toda uma cultura de proteção e qualificação do uso das informações geradas/utilizadas será criada, garantindo um caminho seguro neste contextos mesmo que, sabemos todos, questões de ética e direitos autorais com estas tecnologias passem a ser alvo de debates acalorados nos próximos tempos, a maturidade e legislações pertinentes em seguida nos darão o conforto necessário.

Uma pergunta pertinente neste momento seria: “Existem restrições com estas tecnologias?” Ainda muitas… por exemplo, hoje, o conhecimento do ChatGPT é restrito a eventos ocorridos antes de 2021.

Apesar de geralmente fornecer respostas confiantes e efetivas, muitas vezes também temos resultados incorretos, inclusive porque algumas fontes de informações são baseadas em conteúdos tipo Wikipedia e em outras fontes de dados de acesso livre, com todos os benefícios e limitações que isto significa.

Talvez possamos encarar isto como um pedágio temporário… que também encontrará fontes e respostas mais efetivas com o passar do tempo.

Por outro lado, este mesmo tempo irá tirar esta percepção meio de mágica e/ou inacreditável que sentimos hoje quando usamos estas tecnologias.

Olhando por um certo ângulo, chega a ser divertido isto… de fato, nossa tendência humana é a de “antropomorfizar” máquinas e com isto muitos acabam considerando que esses sistemas já são inteligentes e sencientes. Ledo engano. Estamos muito, muito longe disto!!!

Indiscutivelmente que vemos e veremos um grande avanço na IA nos próximos tempos, mas não vamos esquecer que as coisas não são mágicas. São tecnologias de software com grandes potencialidades mas também ainda com grandes limitações e necessidade de aperfeiçoamentos muito relevantes ainda.

Anyway”, tudo isso nos remete a novas formas de interação/consumo, produtos, serviços, inovação, dados, tecnologia, ilações, inferências, comportamentos, uso da informação como instrumento de poder, um novo penso sobre questões de propriedade intelectual, qual o papel da tecnologia em nossa sociedade, como nós humanos vamos lidar com isto a nosso favor… etc., que certamente serão desafios maravilhosos que, com o passar dos anos, iremos debater, construir, falhar, ajustar e vencer.

Vai ser uma jornada fantástica… instigante… disruptiva… um admirável mundo novo para todos aqueles que entenderem rapidamente seus benefícios e usos.

Vamos juntos desbravar o novo!!!!

Por: Cesar Cavalheiro Leite e Pedro Bocchese

Os autores dos artigos, vídeos e podcasts assumem inteira responsabilidade pelo conteúdo de sua autoria. A opinião destes não necessariamente expressa a linha editorial e a visão do Instituto Dynamic Mindset.

Cesar Leite

Fundador e principal executivo das Empresas Processor , conjunto de empresas focadas em Tecnologia da Informação e Transformação Digital, atuantes no Brasil, América Latina e USA e do qual fazem parte a Processor, a Gotobiz e a Proc Participações. Ver perfil completo: https://dynamicmindset.com.br/cesar-leite/

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