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A competividade, um tema recorrente na iniciativa privada, passa a ser percebida como um atributo que permeia todos os campos da sociedade. Além da competição entre empresas, há hoje a competição entre países, estados e municípios. O mesmo vale, inclusive, para organizações sem fins lucrativos, afinal de contas, umas competem com as outras pelos escassos recursos disponíveis para poder executar as suas próprias missões.

Na sociedade contemporânea, que nos propõe estarmos permanentemente em competição, talvez tenhamos perdido a essência de nossa humanidade, aquilo pelo qual o homo sapiens superou os desafios das savanas para evoluir e literalmente conquistar o mundo, a colaboração. Foi exatamente a colaboração que permitiu coordenar diferentes aptidões e responsabilidades na construção de uma sobrevivência coletiva. Foi exatamente essa capacidade abstrata de conjugar esforços com um propósito comum que nos diferenciou e nos trouxe até os tempos de hoje.

Quando falamos de ampliar a competividade de um Estado, estamos falando em desenvolver e coordenar melhor nossas aptidões para transformá-las em competências disponíveis, assim como a apropriação de nossas responsabilidades individuais e coletivas em prol de um objetivo maior. É a busca de uma vantagem comparativa e percebível a outros, de forma que possamos atrair, reter e desenvolver o máximo de recursos e condições para melhor trabalhar e viver.

O ponto chave que emerge desta derivação de competitividade para cooperação, ou conforme o termo “coopetition” que foi cunhado em 1996 pelo professor de negócios Adam M. Brandenburger e pelo economista Barry J. Nalebuff, em seu livro intitulado “Coopetition: A Revolutionary Mindset That Combines Competition and Cooperation”, é a confiança. Pois, é a confiança que permite que as transações comerciais sejam realizadas com mais facilidade e segurança, reduzindo a necessidade de contratos formais e outras medidas de proteção.

Se queremos ser competitivos, precisaremos reaprender a colaborar de forma mais frequente, eficiente e eficaz. O primeiro passo é reestabelecermos os mecanismos de cumprimento dos nossos compromissos e responsabilidades e, assim, construirmos uma confiança robusta de que podemos contar uns com os outros. Talvez, antes de questionarmos a falta de confiança no outro, possamos nos questionar, eu sou uma pessoa em quem se pode confiar?

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Daniel Santoro

Daniel Santoro é Conselheiro de Administração, certificado pela Harvard Business School e pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) como CCA+. Com formação em Engenharia Agrícola, Santoro possui pós-graduações em Marketing pela ESPM e Business Administration pela UC Berkeley. Empreendedor e líder estratégico, é sócio fundador da Santoro & Partners Consultoria, da Futuro em Família Governança Integrada e da Casco Blindagens Especiais. Além disso, atua como Conselheiro de Administração da Procergs e Presidente do Conselho Consultivo da Dagnese Soluções Metálicas, além de integrar o Conselho Consultivo da UniRitter/Grupo Ânima de Educação. Santoro desempenha um papel ativo no setor público e no terceiro setor como Conselheiro e Coordenador do Comitê de Governança do Conselho de Desburocratização e Empreendedorismo do Rio Grande do Sul e como Vice-Presidente do Transforma RS. No âmbito social, é Conselheiro Deliberativo da ONG Parceiros Voluntários e membro do Conselho Superior da ADVB/RS, organizações que já presidiu. Também faz parte da Associação Hospitalar Moinhos de Vento e é membro do Comitê de Conselhos de Administração do IBGC, onde coordena o Capítulo do RS. Com vasta experiência executiva, foi sócio-diretor do Grupo Dado Bier, atuando por mais de 20 anos nos setores de bebidas, restaurantes e entretenimento.