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Estamos vivendo um paradoxo curioso: há um enorme volume de startups que anseiam crescer e tornarem-se grandes empresas, ao passo que grandes empresas anseiam por tornar o seu modelo de negócio equivalente ao de uma startup. Afinal, por que isso acontece?

            Pesquisas apontam alto índice de mortalidade das startups, na faixa de 75%. Poucas são as que alcançam o patamar desejado, e menos ainda as que tornam-se negócios exponenciais. Não é à toa que, quando chegam lá, as chamamos de “unicórnio”, esse ser único e fantástico que a todos encanta e poucos têm o privilégio de enxergar. A grande projeção desses raros casos reforça a aura de glamour desse perfil de empresa.

            Mas o fato é que não existe espaço para glamour na rotina de uma startup. Como em uma corrida de obstáculos, a vida de uma empresa nascente não é nada fácil. Os desafios são enormes e os recursos extremamente escassos. Precisam fazer muito com pouco. De um lado, pouco prazo, pouca gente, pouca verba; de outro, uma enorme expectativa por grandes resultados. Por que toda essa pressão seria motivo de aspiração?

            É preciso aproximar-se mais desse ecossistema para compreender o motivo pelo qual empresas consolidadas realmente deveriam repensar seus modelos. Energia, crença e muita determinação: essas três características poderiam definir o perfil de grande parte das equipes de startups. É incrível o que conseguem realizar com tão poucos recursos. Por força da realidade, são obrigados a extrair a essência de cada ação e focar nelas com precisão quase clínica. Nesse cenário, o processo de planejar-testar-realinhar é a regra.

            Não quero com isso reforçar a falsa aura de glamour que mencionei. Esse caminho pode ser árido, às custas de muito desgaste e predisposição para reinvenção constante, para um dia talvez alcançar o objetivo de crescimento e condições de trabalho mais favoráveis. As startups têm também muito a aprender com as grandes empresas: maturidade, foco e resiliência são apenas alguns exemplos.

            Deve-se respeitar o patamar alcançado pelas empresas consolidadas, com uma história construída de sucesso. O ponto é que, se essas organizações acrescentarem em suas ofertas digitais as características positivas do modelo mental das startups, podem ir muito além, pavimentando uma nova jornada ainda mais promissora. Em paralelo ao trabalho diário de cuidar da operação, deve-se abrir espaço para iniciativas que tragam novas possibilidades. Para tal, seguem abaixo algumas dicas:

  • Colaboração – Destaque um pequeno grupo formado por integrantes de diferentes áreas e/ou perfis de sua empresa e forme um comitê multidisciplinar de mudança;
  • Oxigenação – Dedique ao menos duas horas semanais para debater com o grupo o futuro do negócio;
  • Flexibilização – Procure desapegar de seu modelo atual e fique aberto para novas entregas que façam sentido para o seu mercado (é possível, mesmo mantendo seu chassi tecnológico);
  • Foco – Tenha um planejamento consistente a longo prazo, e estabeleça pequenas metas a curto prazo, permitindo-se testar e ajustar o planejamento macro de acordo com as respostas de mercado;
  • Inovação – Estimule as novas ações, não fique apenas no campo das ideias, permita-se experimentar e aprimorar iniciativas (existem metodologias rápidas para isso com excelentes retornos);
  • Compartilhamento – Lembre-se de compartilhar com toda a organização as ações do grupo para que a transformação seja verdadeira e sustentável (importante, pois já presenciei situações em que a imagem transmitida era de inovação, mas as atividades ficaram restritas a um pequeno grupo, planejadas sem alinhamento com o todo e acabaram apenas consumindo recursos sem resultar em valor algum para o negócio);
  • Cliente – Acima de tudo, coloque o seu usuário no centro das decisões e construa para ele uma experiência única.

            Essas são apenas algumas sugestões de ações para fomentar o futuro do seu negócio. Existem inúmeras outras abordagens possíveis. O mais importante é dar início à mudança de modelo mental. Entender que seu produto digital pode e deve ser repensado para seguir relevante em seu mercado. A partir disso, você poderá planejar a sua própria estratégia. Startup Mindset: sua empresa está pronta para dar o próximo passo?

Os autores dos artigos, vídeos e podcasts assumem inteira responsabilidade pelo conteúdo de sua autoria. A opinião destes não necessariamente expressa a linha editorial e a visão do Instituto Dynamic Mindset.

Letícia Polydoro

Diretora da Hypervisual Design de Interação, possui formação em Publicidade e MBA em Marketing pela FGV. Consultora do SEBRAE-RS, integrou a primeira diretoria da APDesign/RS, foi idealizadora do Grupo de Usuários em UI/UX da SUCESU-RS (GUIX) onde atualmente é Diretora de Grupos de Negócios. É também Vice-Presidente de Comunicação da Assespro-RS e articulista do Portal da Revista Amanhã — veículo especializado em economia e negócios da região sul.

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