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Há alguns meses atrás escrevi artigo sobre a expansão avassaladora das BETTECHS. Comparei este tipo de atividade que explora o mercado de apostas esportivas às atividades como bingos, lojas de apostas clandestinas, onde pessoas se divertem e exercem a atividade ilegal de “jogar”. Naquele momento, meu objetivo foi chamar a atenção sobre a velocidade em que as coisas estão ocorrendo, onde a tecnologia atropela qualquer possibilidade de regulação até então conhecida pelos mortais. O senso de justiça esta se esvaindo. É humanamente impossível nossa sociedade criar leis e regular segmentos de forma antecipada. Não sei se deveria haver a regulamentação antecipada, mas o fato que é notório, é que nosso sistema legal e organizacional da sociedade deverá, através da tecnologia, ser muito mais eficiente.

No momento em que escrevi o artigo “Calma, BET, calma”, não havia previsto os inúmeros escândalos que estão ocorrendo atualmente com a manipulação de uma série de jogos, por quadrilhas especializadas. Muitos podem até pensar: o Brasileiro é um ser diferente, sempre pensa em como burlar o sistema. Mas não, estas investigações estão sendo feitas em muitos países ditos de Primeiro Mundo também.

O fato, é que, este mercado de apostas sempre foi de muita polêmica. Alguns souberam aproveitar e transformar em um grande entretenimento, explorando todas e quaisquer possibilidades oriundas do complexo de turismo. Las Vegas, nos EUA, é um grande exemplo deste aproveitamento. Podemos citar outros lugares como Montecarlo e até mesmo Punta Del Este. Porém, a diferença, é que hoje qualquer um tem acesso a uma ferramenta que te oportuniza tudo na comodidade de seu lar. O perigo deste tipo de acesso, além de estimular o entretenimento individual e independente (o que torna o ser humano cada vez menos social), fará com que surjam pais desesperados por filhos viciados e com depressão profunda. Não sou eu que estou dizendo isto. Muitos artigos internacionais já apontam para um Mundo onde a depressão e os vícios às telas dominem a pauta de tratamentos de saúde nos próximos anos.

Estamos evoluindo rapidamente em tratamentos de doenças conhecidas há muitos anos, como Parkinson e o Câncer. Inclusive com cientistas brasileiros participando de conquistas super importantes nestas áreas. Mas novas doenças surgirão, ocasionadas sempre por mudanças significativas no modo de vida das gerações. A evolução vem para o bem, mas trará consigo sempre algum impacto negativo. Basta saber se podemos antecipar estarmos preparados antecipadamente. Acredito que não, a ciência, da forma como é feita, precisa de algo para que testes e análises sejam feitas de forma cíclica até encontrarmos hipótese e testes que possam ser reiteradamente feitos até acharmos a solução cientifica para o problema.  Agora, há a possibilidade de mudarmos o jeito de fazer ciência? Acho que temos que evoluir para dois tipos de pesquisa. Uma orientada pelo um problema/oportunidade conhecida e outra orientada para previsões. Pensem, se já é difícil investir em pesquisas que podem durar 20 ou 30 anos para um problema conhecido, imaginem investir em algo que nem conhecido é ainda.

Voltando para o caso das BETTECHS e principalmente da manipulação de resultados. Não adianta, é assim mesmo. Nosso sistema legal e social sempre será reativo. Um fato deve acontecer para que se encontrem soluções. Neste caso em específico, a saída será regular as BETTECHS. Espero que nesta regulação não levem em conta apenas o delito da manipulação descoberta. Vou trazer uma percepção minha e aqui darei uma de “Mãe Diná” (para os mais velhos, Sra. que previu o acidente dos Mamonas Assassinas), muitas pessoas estão lavando dinheiro através destas apostas na internet. Este, virou um canal muito fácil de movimentação financeira com dificuldades de rastreamento de capital. Olhar para isto é fundamental. O grande problema do Brasil é que coisas evidentes, não são claras, quando quem participa do jogo tem poder. Um exemplo desta minha frase anterior é: alguém que já foi a Dubai Brasileira (Balneário Camboriú), nunca se perguntou de onde tem tanta gente com dinheiro para adquirir toda a oferta de imóveis de luxo da cidade? Bem, tenho o prazer de conhecer pessoas que trabalham no mercado imobiliário de Santa Catarina e a maioria das negociações sempre foram em dinheiro e à vista (principalmente dos grandes empreendimentos). Lá, segundo essa minha fonte, o mercado de crédito só é acionado quando  reles mortais desejam realizar o sonho de estar em outro patamar.

Os autores dos artigos, vídeos e podcasts assumem inteira responsabilidade pelo conteúdo de sua autoria. A opinião destes não necessariamente expressa a linha editorial e a visão do Instituto Dynamic Mindset.

Tiago Lemos

Economista, com pós em Economia empresarial e Engenharia de Produção, consultor especialista em inovação, investidor anjo e empresário.

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