Muita coisa acontecendo por aqui, felizmente.
Ao mesmo tempo, estou tentando fechar minha visão para o segundo semestre e 2024.
Ainda não é definitivo porque tenho sentimentos mistos. Por um lado, vejo racionalmente uma retomada de crescimento de consumo com a prevista redução inicial e progressiva de juros, otimismo no sistema financeiro e boa vontade global.
Por outro lado, minhas leituras diárias do X (ainda não me acostumei kkk) colocam uma poderosa neblina de inverno sobre meu olhar. É um ambiente tóxico, cheio de polarização. E não consigo também entender o que o Elon Musk está fazendo.
Aqui abro um parêntese: existe um viés extremamente conhecido em análise de tomada de decisão que tem a ver com a irrelevância de a quem se pergunta determinado tema. No caso em tela, debater carros elétricos, meio de pagamentos, até vida em Marte com ele pode fazer algum sentido. Agora, o cidadão opina de maconha a genocídio na África. Haja irrelevância neste viés.
Mas voltando ao tópico: como sempre digo, a verdade não está em nenhum extremo. Mas a guerra de narrativas se intensifica a cada dia, e uma pequena parte de mim começa a se preocupar com a instabilidade que pode ser consequência.
Sendo neutro, posto que sempre foi assim no Brasil, o loteamento de posições em companhias listadas na Bolsa é algo que também me horroriza. No governo anterior, xinguei no Twitter quando aconteceu. Nada mudou kkk. Se os nomes agora veiculados se confirmarem, farei o mesmo, agora no X. E o mercado será implacável. E não precisamos disto.
Tive, na sexta-feira, uma longa reunião com um executivo sênior na Argentina. A definição dele sobre o Brasil, que ele adora, antes que me esqueça é: ” o Brasil se comporta e grita como se estivesse muito pior que a Argentina, como se nossa extrema direita fosse mais radical que a direita argentina e como se a nossa extrema esquerda fosse igualmente pior que a Argentina. E parece ser o fim do mundo. Mas não é…”
Se um argentino vive o que vive desde muito tempo, ainda consegue trabalhar, contar uma piada, tomar uma taça de vinho e comer um assado, nós deveríamos estar mais otimistas. Alguns dirão que tudo é uma questão de referência. Outros, que não é bem assim, nem aqui nem lá. Outros, que é mentira que lá ou aqui em média se possa tomar um vinho e comer uma carninha. E por fim, eu seria chamado de elitista por meu comentário e seria cancelado. Eu apenas torço para que meus amigos argentinos membros deste grupo, compreendam o teor do que disse. Reforço: gosto demais da Argentina, seu povo e de trabalhar com este país e suas pessoas.
Por isso, reservo meus delírios para este espetacular grupo onde ainda podemos testar ideias e convicções… mas de forma ditatorial, não temos nem aqui a plena liberdade de expressão… não podemos falar nem de política, religião, futebol, e nem xingar. E nem polarizar o diálogo… Mas como a ambiguidade é a tônica do momento, futebol feminino pode, porque ainda não brigamos por isso, acho eu kkk.
E assim caminha o mundo, de forma intensa, veloz, complexa, mas que pode ser divertida se juntarmos pessoas queridas e amigos verdadeiros e um grupo como este.
Acho que agora vou copiar este texto, que originalmente teria 2 linhas, colar no ChatGPT e pedir uma análise crítica quanto a suscetibilidades. Acho melhor não fazer, senão serei reprovado.
Tudo isso para dizer que neste exato segundo, minhas convicções racionais quanto ao cenário de 2023 e 2024 estão tão firmes quanto um “prego na areia”. Mas meu coração, meu instinto e outros órgãos todos apostam em tempos muito bons à frente. Preciso achar a tese que sustenta esta visão ou resetar meu GPS.
Ps: Escrevi este delírio aproveitando o início do fim do verão, vendo este pôr do sol, mas de jaqueta, pois o vento frio do Norte anuncia sua chegada.
