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O artigo intitulado “A ascensão dos estados oscilantes geopolíticos” de Jared Cohen, presidente de Assuntos Globais e co-chefe do Office of Applied Innovation na Goldman Sachs, discute o surgimento de uma nova classe de nações influentes no século 21. Esses países, referidos como estados oscilantes (swing states) geopolíticos, estão ganhando proeminência devido à sua capacidade de influenciar o equilíbrio de poder entre os EUA e a China.

Pontos principais do artigo:

Estados Oscilantes Geopolíticos: São países que têm a capacidade de traçar seu próprio curso em uma base de questão por questão, independentemente das principais potências como os EUA e a China. São países relativamente estáveis com suas próprias agendas globais e as capacidades para transformar essas agendas em realidades. Eles estão se tornando mais assertivos ao usar suas vantagens econômicas para reforçar sua posição e influência.

Quatro Categorias de Estados Oscilantes: Esses países se enquadram em quatro categorias sobrepostas:

Países com uma vantagem competitiva em um aspecto crítico das cadeias de suprimentos globais.

Exemplos: A Índia, com seus grandes mercados de trabalho e consumo, vantagem em produtos farmacêuticos e conectividade digital, está posicionada para ser o próximo centro global de fabricação. Outros exemplos incluem Taiwan e os Países Baixos na indústria de semicondutores, o Brasil em commodities e agricultura, e Bangladesh na indústria têxtil.

Países exclusivamente adequados para nearshoring, offshoring ou friendshoring.

Exemplos: O Vietnã, com seu forte suprimento de mão de obra, é uma alternativa atraente para o transporte e a fabricação no Indo-Pacífico. No Hemisfério Ocidental, México, Canadá e vários países da América Latina podem oferecer centros alternativos de fabricação com custos de mão de obra mais baixos e despesas de transporte mais baixas para mercados nos Estados Unidos

Países com uma quantidade desproporcional de capital e disposição para implantá-lo ao redor do mundo.

Exemplos: Os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), com suas oportunidades significativas de altos preços de energia, estão investindo ativamente em vários locais, desde a América Latina até o Sudeste Asiático, Índia e África. A Noruega, com seu fundo soberano detendo mais de US$ 1,4 trilhão em ativos, é outro exemplo.

Países com economias desenvolvidas e líderes com visões globais que eles perseguem dentro de certas restrições.

Exemplos: A Alemanha, aliada da OTAN e pilar da ordem internacional baseada em regras, é um exemplo de uma economia desenvolvida que persegue sua própria visão global. Ela está eliminando sua dependência das importações de energia da Rússia e está fornecendo ajuda letal à Ucrânia, marcando um ponto de virada histórico em sua política externa pós-Guerra Fria. Ao mesmo tempo, está tornando o engajamento com a China uma prioridade.

Multi-alinhamento: Os estados oscilantes geralmente escolhem o multi-alinhamento, uma estratégia que os tornará forças críticas – e às vezes imprevisíveis – na próxima etapa da globalização do mundo e na próxima fase da competição entre grandes potências.

Novos Modelos de Cooperação: A ascensão dos estados oscilantes geopolíticos levará a novas formas de cooperação internacional. Isso pode ser através de novas coalizões mais flexíveis adaptadas para realidades alteradas, como o Quad e AUKUS no Indo-Pacífico, ou através de alianças de capacidade em tecnologia.

Implicações para Grandes Potências e Negócios: A ascensão dos estados oscilantes geopolíticos pode equilibrar as grandes potências e ajudar a estabilizar a ordem global. No entanto, sua nova proeminência também pode aumentar a instabilidade global, colocando mais atores e variáveis em jogo. Isso tem implicações não apenas para as grandes potências, mas também para as empresas multinacionais, que cada vez mais se encontram na mira geopolítica.

E o Brasil neste contexto?

Como um dos estados oscilantes geopolíticos, o Brasil tem um papel importante a desempenhar. Aqui estão algumas sugestões sobre como o Brasil pode se posicionar:

Aproveitar vantagens competitivas: O Brasil tem uma vantagem competitiva em commodities e agricultura. Pode-se aproveitar isso para fortalecer sua posição nas cadeias de suprimentos globais e aumentar sua influência.

Diversificar parcerias: O Brasil pode buscar diversificar suas parcerias econômicas e políticas, evitando a dependência excessiva de uma única grande potência. Isso pode envolver o fortalecimento das relações com outros estados oscilantes geopolíticos, bem como com outras economias emergentes.

Investir em inovação e tecnologia: O Brasil pode buscar aumentar seus investimentos em inovação e tecnologia para se tornar mais competitivo em setores de alta tecnologia. Isso pode envolver o fortalecimento da educação e formação em STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática), bem como o incentivo ao desenvolvimento de startups e empresas de tecnologia.

Promover a estabilidade regional: O Brasil, como uma das maiores economias da América Latina, pode desempenhar um papel na promoção da estabilidade e cooperação regional. Isso pode envolver a mediação de conflitos, a promoção da integração econômica e a liderança em questões como a mudança climática e a proteção ambiental.

Participar ativamente de coalizões internacionais: O Brasil pode buscar participar mais ativamente de coalizões internacionais e organizações multilaterais. Isso pode envolver a busca de um papel mais ativo em organizações como as Nações Unidas, o G20 e o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

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Adriano Amui

Empreendedor (Esfera, Invent, Deep Seed Solutions, Portal dos Livreiros e FCA Strategy), Mentor, Professor e Palestrante (FDC, ESPM e SFU Beedie Business School) com foco em Planejamento Estratégico, Estratégia Competitiva, Novos Modelos de Negócios, Empreendedorismo, Go-to-Market, Novos Negócios, Marketing, Design Thinking, Inovação e Transformação Digital. Ver perfil completo >>