“O Santo Graal da comunicação é quando você começa a mudar o comportamento das pessoas”.
A conversão de potenciais compradores e eleitores é hoje o maior desafio, seja nos negócios ou na política. As eleições de 2022, somadas à vacinação em massa, farão com que todos – anunciantes, partidos políticos e profissionais do marketing – se voltem para qual será o comportamento das pessoas face ao “novo normal”.
O ponto de partida não será o mesmo de antes, o que muda daqui para frente é compreender o que move o indivíduo. Pensar segmentos de público é desperdiçar dinheiro. A hipersegmentação será viabilizada pelo uso inteligente e abusivo de dados, beberá água limpa quem conseguir mapear a vida de cada pessoa. No entanto, informação não é tudo, é fundamental modificar o comportamento. Isso passa pela estruturação matemática da pirâmide de atributos, empacotada em um criativo storytelling, com um racional conectivo de altíssima precisão.
Teremos a presença de cientistas de dados dentro dos grupos de trabalho, que somados a antropólogos, jornalistas, relações públicas, estrategistas, e profissionais de comunicação, construirão novas abordagens que despertarão atenção, empatia, interesse, conexão e conversão.
Você sabe tanto quanto eu que a maior característica da vida é a ausência de linearidade, a imprevisibilidade deve ser festejada, e não temida. É o berço das oportunidades para modificar o comportamento das pessoas.
O impacto do inesperado, ou seja, a fuga do previsível nos traz sentimento de medo, o que nos faz frágeis. Considere a seguinte situação: agora, você está em frente a uma praia paradisíaca. À sua direita, uma placa enorme onde está escrito: “Praia particular”. À sua esquerda, outra placa, esta triangular, de cor vermelha alaranjada, semelhante a um sinal de cruzamento de ferrovia, dizendo “Cuidado! Presença de tubarões.”.
Me responda: qual das duas resolve mais? Estimular a memória do medo de ser comido por um tubarão, sem dúvida, é muito mais eficaz do que fazer valer o respeito à propriedade privada. Quantos milhões foram desperdiçados em mensagens como a placa da “Praia particular”, que não funciona na prática.
Não se ganha campeonato correndo mais no campo, e sim fazendo mais gols. Por isso, reforço que consciência do ambiente da competição, mergulho na vida das pessoas e um pensar estratégico mais sofisticado representam o novo paradigma do marketing comportamental.
O bom caçador se guia pelo cheiro da manada, mas sabe que com sua flecha só conseguirá abater uma presa. O objetivo, mais do que nunca, não é levar sua marca ao mercado, e sim fazer as pessoas se moverem em direção àquilo que você está oferecendo.