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Este artigo, em especial, foi fortemente influenciado por um livro que se tornou obrigatório em minha cabeceira: “Confiança criativa – libere sua criatividade e implemente suas ideias”, dos irmãos Tom Kelley & David Kelley. Conheço e trabalho com o IDEO, laboratório de Inovação criado pelo David Kelley, e posso afirmar que a metodologia e os resultados que trazem são fantásticos.

Criatividade

O Design Thinking tem conexão direta com a Inovação e, também, com a Criatividade. E é exatamente a partir desta palavra que vamos começar a refletir.

Pense sobre a palavra Criatividade e analise o que vem à sua mente. Você pode ter relacionado a publicidade,marketing, artistas, pintores, música, dança. É possível, que, inclusive, tenha estabelecido em sua mente quem são as pessoas criativas e as que não são criativas. Talvez você até tenha feito uma autoanalise, classificando-se como não criativo… “Eu não sou uma pessoa criativa. Eu sou uma pessoa de negócios. Eu sou racional. Eu sou analítica”.

A este paradigma, Tom Kelley e David Kelley chamam de “O Mito da Criatividade”. Mito por quê? Porque, após muito estudo e pesquisa, eles identificaram que não existe uma separação entre criativos e não criativos. Na verdade, todas as pessoas têm um potencial criativo que, entretanto, necessita ser melhor explorado. E, para isso, existem metodologias que, se aplicadas corretamente, podem trazer resultados transformadores.

Vamos a mais alguns conceitos:

Confiança Criativa: é a confiança de que você tem a habilidade de mudar o mundo ao seu redor, que pode realizar aquilo que criou e decidiu. Os irmãos Kelley acreditam que é nesta autoconfiança que reside o cerne da inovação.
Criatividade: é algo muito mais amplo e universal do que aquilo a que normalmente nos referimos como artístico. Criatividade é usar a sua imaginação para criar algo novo no mundo, no seu mundo. A Criatividade entra em jogo sempre que você tem a oportunidade de gerar novas ideias, soluções e formas de pensar.

A Confiança Criativa é como um músculo, que pode ser nutrido e fortalecido. E, desta forma, você terrá cada vez mais habilidade de pensar e propor de forma criativa. Ou seja, cada um de nós nasce com um potencial criativo imenso, que vai se limitando com o decorrer do tempo, com o formato de nossa educação, até que um dia fique latente, quase despercebido. Mas, quando provocado, este potencial renasce e pensamentos brilhantes vêm à tona.

Não existe nenhuma palavra na linguagem Tibetana para Criatividade. A tradução mais próxima é “natural”.

Uma recente pesquisa da IBM, respondida por 1.500 CEO’s, reportou que a Criatividade é a mais importante competência de liderança para a sobrevivência e o sucesso de uma organização nos tempos atuais.

Estratégias para usufruir da Confiança Criativa

O IDEO, maior laboratório de Inovação do Mundo, sediado em Palo Alto, na Califórnia (EUA), identificou algumas estratégias úteis para a criação desta nova cultura da Confiança Criativa:

1 Decida e tenha coragem de explorar a sua criatividade. O  Brasil é um ecossistema muitíssimo interessante e rico. Posso afirmar que conheço no país profissionais da maior expressão criativa que já vi na vida. Conheço, também, profissionais maravilhosos que venceram e chegaram a uma posição de destaque e que, entretanto, deixaram o seu potencial criativo, outrora tão poderoso, guardado a sete chaves, escondido por pensamentos como “aqui, é difícil mudar” ou “em time que está ganhando, não se mexe”. Minha pergunta sincera e direta para você: com qual destes dois exemplos você se identifica? A boa notícia: sempre é tempo de mudar e ser mais criativo.

2 Procure pensar como um viajante ao chegar a um novo destino, com o olhar muito atento a tudo, assimilando toda a experiência disponível, mesmo as mais triviais. Esteja aberto a novas experiências que irão ajudá-lo a explorar esta Criatividade que existe dentro de você. Refiro-me aqui a estar aberto em todos os momentos, incluindo os que a priori você já está acostumado como, por exemplo, uma visita a um mesmo restaurante.

3 Desenvolva a atenção relaxada. Ótimos insights surgem quando a nossa mente está mais relaxada e não focada em resolver uma tarefa. O problema está em sua mente, mas você se dá a liberdade de viver, dormir com o problema, deixá-lo amadurecer sem a obsessão de liquidá-lo imediatamente. Assim, permitirá que o seu cérebro faça conexões mais criativas e menos obvias. É claro que o bom senso se faz necessário… Existem crises que devem ser debeladas o quanto antes. Mas, assim que debeladas, passam a fazer parte da nossa mente como uma oportunidade de melhoria. É, então, que a atenção relaxada vai fazer o efeito necessário. A seu tempo.

4 Tenha empatia pelas pessoas com quem se relaciona e se propõe a resolver um problema (um cliente, por exemplo). Compreenda as reais necessidades, motivações, o contexto das pessoas para quem você está criando uma solução. Deixar de assumir que você as conhece profunda e totalmente já é um excelente primeiro passo. Colocar-se no lugar delas, de forma aberta e sem paradigmas, escutar ativamente, procurar entender suas questões, sem julgamento, é outra competência a ser adquirida.

5 Volte a ser criança e faça muitas perguntas, começando com ‘por quê?’ Esta é a melhor maneira de estabelecer um diálogo produtivo com alguém que você realmente queira entender. Também é uma excelente maneira para questionar o que faz atualmente, os seus processos, métodos, as propostas de valor, enfim, as suas verdades.

6 Repense os seus problemas das mais diferentes maneiras. Muitas vezes, estamos tão habituados a uma única forma de pensar, que deixamos de enxergar oportunidades. Exemplos atuais, mas já bem conhecidos, mostram o risco deste modelo mental. Pense em Uber, Google, Airbnb, Facebook, etc…

Cuidado com as soluções extremamente obvias… pode ser um truque do seu cérebro. As empresas de telefonia investiram monstros de dinheiro em tecnologia, ativos, infraestrutura, concorrências, otimização de custos e todas as saídas obvias para qualquer administrador de empresas. Quem começou a ganhar este jogo? O Skype, o WhatsApp, enfim, aqueles que deixaram de lado as soluções obvias e foram criativos.

Mude o seu foco/ponto de vista: alterne os stakeholders; expanda a sua análise.

Use a metodologia do pensamento oposto. Um exemplo: ao invés de somente pensar sobre como trazer mais clientes ao seu negócio, comece a pensar por que uma parcela dos clientes potenciais da sua região não vão a você. Desta maneira, você analisará o problema de uma forma diversa, estimulando a sua mente e a sua criatividade para identificar novas soluções.

7 Construa uma rede de contatos criativa. Procure relacionar-se com pessoas diferentes de você, mas que suportem e compartilhem as suas ideias criativas. Sugiro uma análise simples que procuro fazer todo dia em minha vida profissional e que talvez lhe seja útil: Quantas pessoas convivem comigo frequentemente e acatam todos os meus pontos de vista? Quantas me contestam e procuram trazer novas ideias? Este pode ser um bom ponto de partida para você analisar se está interagindo com uma rede de contatos que agrega valor criativo. Pense. Aja!

8 Pare de planejar e faça algo! Permita-se falhar para, então, obter o sucesso. Não estou sugerindo o fim do planejamento, muito pelo contrário. Agir em consonância com o planejamento é fundamental no processo de inovação.

A melhor forma de ganhar confiança em suas habilidades criativas é através da ação – um passo por vez.

Permitir-se a liberdade de pensar criativamente e de inovar é uma das melhores formas de assegurar a sua própria felicidade, tanto pessoal quanto profissional.

Eu poderia estender-me infinitamente neste assunto mas meu objetivo para este artigo era trazê-lo até aqui. Instiga-lo a mergulhar por sua conta neste mundo da Confiança Criativa. Se você quer entender um pouco mais, um bom começo é:

Livro: Confiança criativa – libere sua criatividade e implemente suas ideias – Tom Kelley, David Kelley.

Se você gostou, ficou com alguma dúvida, discorda deste assunto, quer discuti-lo um pouco mais ou contar o seu ponto de vista, escreva e fale comigo. 

Os autores dos artigos, vídeos e podcasts assumem inteira responsabilidade pelo conteúdo de sua autoria. A opinião destes não necessariamente expressa a linha editorial e a visão do Instituto Dynamic Mindset.

Adriano Amui

Empreendedor (Esfera, Invent, Deep Seed Solutions, Portal dos Livreiros e FCA Strategy), Mentor, Professor e Palestrante (FDC, ESPM e SFU Beedie Business School) com foco em Planejamento Estratégico, Estratégia Competitiva, Novos Modelos de Negócios, Empreendedorismo, Go-to-Market, Novos Negócios, Marketing, Design Thinking, Inovação e Transformação Digital. Ver perfil completo >>

Um comentário

  • Vera Lucia de Azevedo disse:

    Muito legal, trabalho com MPES e percebo a dificuldade financeira e de criatividade, levando o empresário apenas olhar para o operacional (precário) do seu negócio…

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