Recentemente, durante uma imersão de conteúdo com um dos nossos principais clientes no contexto do meu trabalho, vivenciei uma experiência enriquecedora. Passamos uma tarde discutindo novas tecnologias, o futuro, possíveis interações e oportunidades de avanço. Dentre as várias ideias e insights compartilhados, uma frase do CIO desse cliente ecoou em minha mente: “Que bom que estamos aqui, fora do escritório, neste momento em que podemos respirar, olhar ao redor e pensar em coisas diferentes.”
Esse comentário provocou em mim uma reflexão prolongada. Tenho refletido sobre a avalanche diária de informações que nos bombardeia, todas filtradas e direcionadas por inúmeros algoritmos que tentam antecipar e nos fornecer exatamente o que gostamos. Mas, será isso realmente benéfico? Arrisco dizer que não, e defendo essa perspectiva com convicção.
Teoricamente, nunca foi tão fácil adquirir conhecimento, evoluir e aprender mais. Porém, na prática, o que se vê é uma produção massiva de trivialidades, entretenimento, a massificação do óbvio e a evasão do questionamento crítico.
A realidade é alarmante: as conversas substanciais estão desaparecendo. Não debatemos de forma respeitosa, nem exploramos perspectivas diferentes das nossas. A maioria se encontra em um dos dois extremos: ou consome conteúdos filtrados e convive apenas com quem compartilha de ideias semelhantes, ou, ao se deparar com opiniões divergentes, reage com hostilidade e agressividade. Estamos perdendo a capacidade de construir a partir da diversidade, vivendo de maneira automática e repetitiva no nosso cotidiano.
Embora pudesse abordar essas reflexões no âmbito pessoal, prefiro concentrar-me na esfera profissional. Muito se fala sobre inovação, disrupção, novas tecnologias empolgantes, mas nos perdemos em problemas e rotinas diárias, com escasso tempo dedicado a pensar no inovador, a buscar o inédito. Quanto tempo reservamos para nos desafiar a aprender algo verdadeiramente novo? Para sentar-se com alguém que pensa e age diferentemente, que vê o mundo sob uma ótica única e nos inspira a pensar de forma distinta?
O desafio que proponho hoje é simples: experimentar algo novo, romper com a bolha dos algoritmos de conteúdo, fugir da visão de mundo convencional e absorver o novo. O ano está apenas começando, mas que tal considerar 2024 como um ano de verdadeira renovação e diferença? A inovação pode e deve começar em cada um de nós. O que você ainda não sabe e deseja aprender nesse novo ano?
Uma das pessoas mais inteligentes e importantes na minha vida.Sabe transitar de forma esplêndida entre o mundo tecnológico e o mundo das verdadeiras relações humanas.Adorei o artigo.
Claudia Pereira, assistente social Gestora de Crise.
Carlos Eduardo além de ser um ser humano notável por sua cortesia, educação e organização, é um profissional que desde a mais tenra idade busca pela excelência em tudo que empreende. Nunca se pautou pelo comum e se deu por satisfeito em não progredir na carreira e no conhecimento.
Ao ler tão bem escrito artigo, sinceramente me enxerguei nele, pois acredito que uma semana na qual não separemos tempo pra aprender direto da fonte algo novo (não direcionado e “pensado” por terceiros…), é uma oportunidade perdida de sair do coletivo comum.
Parabéns pela leitura tão exata do momento em que vivemos!
Excelente artigo e provação Carlos. Digno de um ser pensante, inquieto e comprometido com a evolução. Adorei!!!