Todos nós, pessoas e empresas, estamos face a face ao desconhecido. Transformar, reinventar, redefinir os negócios nos desperta e angustia. A energia e o tempo são nossos maiores ativos. Por outro lado, a velocidade dos efeitos da disrupção nos atropelam e desafiam. Armadilhas estão presentes a cada novo dia, evitar o desvio da nossa essência deve ser o principal foco da gestão.
A visão e condução estratégica do CEO é decisiva para analisar, interpretar e agir com assertividade sobre os cenários de curto, médio e longo prazo. Para muitos setores, o conforto do momento presente é extremamente relaxante. Cuidado. A desatenção aos sinais da mudança pode comprometer o seu negócio.
A surpresa é sempre efeito da falta de consciência. A euforia das vendas e dos resultados do hoje nos fazem acreditar que as vantagens competitivas serão eternas. Fato: nada é eterno, tudo é temporário, inclusive o sucesso do seu negócio.
A disrupção vem em ondas, quase que imperceptíveis; no entanto, ao chegar na praia, se manifestam impiedosamente como tsunamis.
Agora, venha comigo e tente fazer esta reflexão:
- O que sei sobre o que sei;
- o que sei sobre o que não sei;
- o que não sei sobre o que sei;
- o que não sei sobre o que não sei.
Tentei várias vezes fazer esse exercício, tive uma enorme dificuldade. À medida que começava com um dos quadrantes, meus pensamentos se misturavam e o que sobrava era uma ansiedade enorme.
O ritmo alucinado de querer pegar todas as “oportunidades” nos faz adentrar em trilhas sinuosas, repletas de cantos escuros. Oportunidades não são obrigações a serem realizadas, aprender a dizer não é sabedoria. Me emociono quando leio essa frase de Madeleine L’Englie: “A capacidade de escolher que nos torna humanos”.
Veja bem, negócios não são feitos apenas de escolhas racionais, precisa ter alma, coração. Do contrário, não terá o menor sentido para as pessoas. O surfista não pega todas as “boas ondas”. Ao contrário, com olhar sereno, vasculha o mar a todo instante. A tensão vem de não saber o próximo ato, enfim: como e quando o desconhecido vai impactar o seu cenário atual?
Os novos caminhos passam pela inovação aberta, o que pressupõe exposição a riscos uma vez que são construídos dentro de ecossistemas colaborativos. Não existe transformação sem que haja a construção de uma nova cultura, base do novo mindset. O foco é a captura de valor, para tanto quem responde é a ponta: pessoas.
Agora, me conte, aqui no ouvido: você sabe qual é a essência do seu negócio? Essa pergunta já deixou muita gente sem dormir, e o pior: as noites de insônia não trouxeram as respostas.
Na insana corrida por vantagens comparativas aos concorrentes, esquecemos que por aí não chegaremos a entregas singulares. E quando você não é único, no final do dia, vende preço. Priorize a busca pela essência do seu negócio, analise se através dela você captura valor, mas faça logo, antes que os tsunamis cheguem na sua praia.
Ótimo. As empresas na realidade não conhecem valores de clientes e mercados! Daí a grande dificuldade em inovação. NÃO adianta só a tecnologia.
Parabéns João