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O momento não comporta silêncios.

Nos próximos dias, enfrentaremos a etapa mais difícil do combate à tragédia do Coronavírus. A situação poderá se tornar crítica, exigindo medidas de urgência.

Nos grupos em redes sociais, apenas vejo ódio, rancor e raiva.

Confesso e compartilho, aqui, minha preocupação com todos vocês.

De minha parte, sou solidário e entendo a dor das famílias que perderam vidas queridas, aos empresários que estão vendo seus negócios ruírem e às pessoas atingidas pelo flagelo do desemprego.

O fato – triste – é que vivemos um tempo de medos.

A grave ameaça do presente, mais do que políticos, exige a firme e decidida união dos cidadãos para livrar o Brasil deste mal.

Chega do prazer da crítica destrutiva. A solução exige construção de pontes e, não, o incendiar de palácios.

Fundamentalmente, precisamos agir. E não será com a radicalidade de um intempestivo “lockdown” despótico que venceremos a circunstância.

Quando do surgir da ameaça, a imediata prática de medidas de distanciamento interpessoal foi um recuo necessário para a avaliação do comportamento patológico e, no plano social, para que fosse dado início a uma nova pedagogia coletiva sobre medidas de cuidado, higiene e hábitos de saúde pública.

Temos, agora, que sermos ainda mais zelosos conosco e com aqueles que amamos. E, sim, há que se confiar nas pessoas, na capacidade do diálogo e na força do entendimento.

Precisamos nos livrar de orgulhos infantis e de vaidades fúteis. Precisamos, urgentemente, chamar e unir o Rio Grande e o Brasil em um plano emergencial de contingência, interligando efetiva e totalmente o sistema estadual de saúde, deslocando médicos, enfermeiros, auxiliares e equipamentos para as regiões mais críticas. Precisamos, assim, de uma estratégia móvel e dinâmica que vá se adequando às necessidades imediatas.

Temos que unir todas, absolutamente todas, as UTI’s do estado e criar um plano logístico para o deslocamento de pacientes. Temos que colocar ambulâncias em locais estratégicos que facilitem o trânsito de nossos pacientes. Aliás, se preciso for, que usemos caminhões, helicópteros e aviões. E, ainda, como último recurso, contamos com as Forças Armadas que jamais se negarão ao dever de proteger e tutelar o bem dos brasileiros.   

Para tanto, é preciso agir! Não podemos ficar meramente entregues à sorte do destino.

E, se depois de tudo – após tentarmos o último fio das soluções possíveis – tivermos que nos fechar na reclusão absoluta, assim faremos com a consciência tranquila de que todas as outras medidas foram tentadas sem sucesso.

Sim, nos momentos mais difíceis de sua história, o Rio Grande e o Brasil jamais abandonaram a si próprios.

Está chegada a hora de não abandonarmos a nós mesmos.

O Coronavírus, antes de ser uma questão política, é um problema nosso que, somente juntos e unidos, conseguiremos superar.

Afinal, como bem disse Roosevelt, cabe à Democracia libertar o povo de seus medos. E o povo somos nós que, através da união cívica virtuosa, é e será sempre capaz de superar todo e qualquer desafio, por mais grave que seja.

(Se você concorda com as linhas do presente artigo, repasse a todos os seus amigos para construirmos um canal cívico de apoio às medidas políticas de combate e superação da Covid-19)

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Sebastião Ventura

Advogado, especialista em Direito do Estado pela Universidade Federal do Rio Grande Sul. Ver perfil completo >>