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Ando meio cansada dos discursos futuristas, das previsões apocalípticas, de gente que não constrói o presente preocupada em exponencializar o que quer que seja, resultando em muita ansiedade e desconexão com o mundo real. Ando cada vez mais ávida por discursos profundos, por gente que sai do raso e consegue tocar mente, alma e coração.

E olha que tem gente boa construindo novas teorias de futuro e fazendo muito dinheiro com esta moda. E nisso os norte americanos são mestres! E muitos acatam sem nem mesmo questionar, querendo copiar e colar modelos que não são possíveis replicar.

Quanto mais circulo o Brasil e o mundo, mais vejo também a busca por voltar às raízes: se alimentar de comida de verdade, conhecer artesãos que carregam a tradição secular de suas famílias, a qualidade do saber fazer etc.

Quanto mais fast o mundo se torna, sobretudo impactado pela revolução tecnológica e consumismo desenfreado, mais o movimento slow torna-se necessário e ganha mercado. E aqui reside uma oportunidade extraordinária às pequenas e médias empresas de nosso país (que compõem mais de 90% das empresas do Brasil).

Tem muita gente desconectada, ou que precisa desconectar. Empreender no setor slow e customizado é uma ocasião para contribuir com o ser humano do nosso tempo: humanizar o humano. Pousadas no interior, restaurantes com comida de vó, vinho biodinâmico, educação com autoconhecimento, artesãos da madeira etc etc etc…

O novo luxo é ter tempo para si, conviver com a natureza, com o que faz sentido e que resgata a memória afetiva.

Ou seja, nem tudo será exponencial, nem tudo será tech.

Claro que a tomada de decisão necessita cada vez mais de agilidade, mas é justamente ao cultivar o slow no estilo de vida – como parar para ler um livro, assistir um concerto, estar conectado com a natureza – que residem os momentos de inspiração e ajudam na agilidade necessária que o mundo de hoje exige.

A nova moda é desenvolver negócios humanos, que conectem as pessoas com o amor e o prazer pela vida. E neste âmbito nós brasileiros temos uma oportunidade indescritível em virtude da força e prosperidade de nossa terra, pelo animus nacional do acolhimento e da alegria, e, na minha visão, pela vocação nacional que temos (ainda desconhecida, distante e inconsciente) de levar humanidade por onde quer que estejamos – com um sorriso no rosto e aconchego no coração.

No final das contas, todo “desenvolvimento” acaba uma hora pedindo pelo retorno às raízes. Faz parte da natureza humana. E neste resgate, podemos desenvolver empreendedores e contribuir com a construção do presente.

Por mais presentes, para construir o futuro.

5 Comentários

  • danielle fortes lopes disse:

    Perfeito!!!!!! Adorei! Parabéns

  • Cláudia Stadtlober disse:

    Texto maravilhoso. Obrigada Soraia por essa reflexão. Bjs

  • Aline Deparis disse:

    Soraia, muito bacana!
    Muito embora a tecnologia e a vida tecnológica tem sido minha carreira profissional, entendo que temos que ter um propósito existencial e este sim, é o que te conecta com a verdadeira essência e gera um resultado, que além de positivo, definitivamente transforma vidas!!!
    Parabéns!!

  • Kelli disse:

    Que bom ler isso! Que reflexao incrível!
    Obrigada Soraia ❤

  • Isabel Oliveira disse:

    Gostei muito do texto Soraia, parabéns. Entendo que a evolução tecnológica pode andar “de mãos dadas” com o “lado humano”, trazendo mais qualidade de vida, maior longevidade e mais felicidade para as pessoas.. A tecnologia pode nos “robotizar” ou nos “libertar”… Buscar os ganhos da tecnologia, em nossa vida, é um grande desafio… Abraços.

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Soraia Schutel

Co-fundadora e CEO da Sonata Brasil. Empreendedora, especialista em educação transformadora nas empresas, coach executiva, palestrante internacional, experiência docente em cursos de gestão e MBA há mais de 15 anos. Ver perfil completo >>