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Francis Gary Powers foi piloto e capitão da Força Aérea dos Estados Unidos. Francis era piloto do avião espião U-2, cujo nome completo era Lockheed U-2. U de utilitário, era um avião de reconhecimento usado pelos Estados Unidos de difícil pilotagem e pouso extremamente complicados.

 O U-2 pilotado por Francis foi abatido em 1960, a tiros, enquanto sobrevoava a ex-URSS.

Francis não morreu neste abate. Sua passagem aconteceu mais tarde, em 1 de agosto de 1977, em um acidente de helicóptero cuja causa apontada foi falta de combustível.

 Nasceu no Kentucky e cresceu na Virginia, alistou-se na Força Aérea dos Estados Unidos em 1950 e desde então Francis destacou-se pelas suas habilidades e pela paixão com que realizava suas atividades, treinamentos e voos. 

Foi designado para operações na Guerra da Coréia, mas acabou sendo contratado pela CIA por seu espetacular trabalho com uma aeronave a jato de um único motor.

 Há um texto muito conhecido no meio aeronáutico, escrito por Francis, que fala da paixão do aviador pela máquina, pela aeronave que ele pilota. Este texto se chama “Voar está além das palavras”.

 Segundo ele, existem dois tipos de pilotos.

 “Existem dois tipos de pilotos, aqueles que levam em seu sangue a necessidade de voar, pelas mesmas razões que precisam dormir, comer ou respirar, e aqueles que o fazem apenas pela tarefa, por obrigação ou por não ter outra alternativa. Esses últimos normalmente chegam à profissão por acaso ou outra forma não planejada.”

 Ele também fala, neste mesmo texto, que

O verdadeiro piloto não amarra seu corpo ao avião, pelo contrário, através dos ares ele amarra o avião em suas costas, em todo seu corpo. Os comandos da aeronave passam a ser uma extensão de sua personalidade, essa simples ação une o homem ao aparelho na simetria de uma só entidade, numa mistura única e indecifrável, cada vibração, cada som, cada cheiro tem sentido e o piloto os interpreta apropriadamente.”

 Francis define a relação do piloto com o avião da seguinte forma:

  “Não há dúvida de que o motor é o coração do avião, mais o piloto é a alma que o governa. Os pilotos não veem seus objetos de afeição como máquinas, ao contrário, são formas vivas que respiram e possuem diferentes personalidades, em alguns momentos falam e até riem com eles.”

 Pois bem, estamos diante de uma relação de amor, paixão pela sua profissão, pelas aeronaves, pelo voo e por tudo que essa profissão traz de espetacular e que a maioria dos mortais não terá a chance de experimentar.

A intenção aqui é trazer uma provocação: Você ama o que faz ou o faz por dinheiro?

Quando amamos aquilo que fazemos profissionalmente, nosso “trabalho” deixa de ser trabalhoso e passa a ser prazeroso. Dedicamos muito tempo de nossas vidas ao trabalho e nada melhor que dedicar este tempo a algo que amamos.

 Trabalho na área da Tecnologia da Informação há mais de 24 anos. Tive certeza de que era nesta área que iria atuar lá por volta de 1996, quando meu pai adquiriu um PC para nossa casa. Quem é desta época sabe como as coisas mudaram de 1996 para cá.

São mais de 24 anos fazendo o que amo, passando por diversas áreas correlatas que fazem parte da TI. Help desk, gestão de servidores, administração de redes, gestão de projetos globais e locais, vendas e nos últimos anos, dez exatamente, focado em cybersecurity.

 Cybersecurity hoje em dia é um tema quente, muita coisa está acontecendo neste universo e alguns tópicos ganharam bastante força. Ataques, ransomwares, engenharia social, phishing etc. Tudo isso tem se potencializado de forma absurda e numa velocidade que não conseguimos acompanhar ou nos proteger e proteger nossas informações.

 O overhead causado nos profissionais de segurança é altíssimo. Casos de burnout são comuns.

Este overhead ocorre na maioria das profissões, mas… Sempre temos um porém.

Se você ama o que faz, vê seu trabalho como parte de sua vida, se ele te realiza e se você é apaixonado por tudo relacionado ao seu trabalho, tudo fica mais leve, mais fácil e, mais prazeroso.

 Dinheiro é sim muito bom e todos precisamos dele, mas acordar cedo e trabalhar oito horas por dia apenas pelo dinheiro, não sei se vale a pena. Pra mim não vale. Já fiz esta experiência e confesso, foi péssimo.

 Francis nos deixa um texto maravilhoso descrevendo a relação entre piloto e avião. 

 E a sua relação com seu trabalho, como está? Existe paixão ou você apenas acorda cedo e vai trabalhar para poder pagar as contas no final do mês?

 Passei algumas vezes (três) por uma empresa que foi uma escola para mim. Na última passagem havia uma frase estampada nas camisetas que a maioria usava no dia a dia que diz:

 “Pessoas apaixonadas pelo que fazem”

 Sim, a grande maioria das pessoas com quem eu tive contato direto nesta empresa é apaixonada pelo que faz. Tenho e ainda uso frequentemente a minha camiseta com esta frase e com frequência pessoas me abordam para falar sobre a camiseta, elogiando a frase.

Eu sou apaixonado pelo que faço, no trabalho, no hobby, com minha família. E você? O dia a dia já é pesado o suficiente, cheio de problemas. Nosso trabalho, local onde passamos a maior parte do dia, não pode ser algo que não seja prazeroso, algo que seja apenas uma obrigação.

 Deixo aqui o link para um vídeo onde temos o texto escrito por Francis Gary Powers, narrado e ilustrado com imagens.

 Francis Gary Powers: Voar Está Além Das Palavras

Os autores dos artigos, vídeos e podcasts assumem inteira responsabilidade pelo conteúdo de sua autoria. A opinião destes não necessariamente expressa a linha editorial e a visão do Instituto Dynamic Mindset.

Lisandro W. Silva

Apaixonado por cybersecurity, livros, música, carros e aviação. Security Engineer da Check Point Software Technologies. responsável técnico pela operação da Check Point na região Sul do Brasil. Atuo há 23 anos no mercado de TI, tendo passado por empresas como Grupo Processor, Palo Alto Networks e TDec Network Group, em projetos grande porte no Brasil, América Latina, Ásia e Estados Unidos.

Um comentário

  • Maurício Valadares disse:

    Bonito e ótimo texto. Pela EMBRAER trabalhei para aviões da LOCKHEED. Mas não no U2….

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