Imagine a cena: uma tarde ensolarada, você sentado em um banco de praça em uma pequena cidade do interior. Sabe aquele lugar onde todo mundo se conhece? Ali, entre uma conversa e outra, as ideias fluem de maneira simples, mas, ao mesmo tempo, profunda. Assim como a tecnologia deveria ser. Parece estranho pensar assim, não é? Falar de IA, nuvem, transformação digital em um cenário tão bucólico…, mas é aí que tudo começa a fazer sentido.
Ouvimos muito por aí que a tecnologia é a grande salvadora dos nossos problemas, o milagre dos tempos modernos. Só que, como já conversamos diversas vezes, tecnologia sem propósito é apenas barulho. E o mundo anda barulhento demais. Já reparou?
Vamos pegar um exemplo que vejo direto no meu dia a dia. Muitas empresas adotam uma nova ferramenta, lançam um aplicativo, criam um sistema incrível, mas se esquecem de algo fundamental: as pessoas. Afinal, quem vai usar tudo isso? Quem está do outro lado da tela? Quem está esperando pela solução, ou até quem nem sabia que precisava dela, mas, quando chega, quer que funcione de um jeito que faça sentido para sua vida?
Por isso que falo tanto sobre Gestão da Experiência. Não basta implantar tecnologia de qualquer maneira e esperar que o cliente ou o profissional a aceitem com um sorriso no rosto. É como tentar plantar uma árvore no terreno errado — por mais que você regue, ela não vai florescer. Gestão da experiência é sobre entender, ouvir e se adaptar. E sabe quem faz isso muito bem? Aquele dono da vendinha que sabe exatamente o que você vai comprar antes mesmo de você entrar na loja. Ele sabe que toda semana você leva pão, leite e aquele café especial. Ele te ouve. A tecnologia precisa ser assim também.
Agora, falando em ouvir, me vem à mente a IA. Você já ouviu falar dela, com certeza. Está em todos os lugares. Mas não como nas histórias de ficção científica, que sempre imaginam robôs assumindo o controle do mundo. Na prática, a IA está aqui para resolver problemas bem reais, bem humanos. Como aquela IA que ajuda a antecipar quando uma máquina em uma fábrica vai quebrar. Parece simples, mas isso salva uma empresa de prejuízos enormes. E é nisso que a verdadeira inovação se revela: não no espetáculo, mas na solução prática.
Mas nem tudo são flores, não é? Se tem uma coisa que aprendi ao longo dos anos, é que a tecnologia, às vezes, se apresenta como uma promessa falsa. É como aquele vendedor ambulante que aparece na praça oferecendo algo milagroso, mas, no final, o que ele te entrega é muito menos do que parecia. Vejo empresas comprando ideias assim o tempo todo. O famoso “o futuro é agora”, quando, na verdade, falta propósito e conexão com a realidade. Nem toda tecnologia vai transformar a vida das pessoas ou dos negócios de forma positiva. Algumas, aliás, até atrapalham.
Só que, e aqui vem o pulo do gato, o problema nunca está na ferramenta em si. Está na forma como ela é usada. Tecnologia sem contexto é como tentar ajustar o volume de uma conversa em uma praça cheia de barulho: você pode gritar o quanto quiser, mas ninguém vai ouvir se não estiver prestando atenção. E é aí que entra uma palavrinha mágica: empatia.
Eu poderia falar aqui sobre Arquitetura de Alta Disponibilidade e explicar como ela faz com que os sistemas nunca “caiam” e que sua experiência como cliente seja sempre tranquila. Tipo aquele caixa eletrônico que sempre funciona, independentemente de ser fim de semana, feriado ou madrugada. Mas isso você já sabe. O que importa é como essa tecnologia impacta sua vida e a dos seus clientes. Porque, no final das contas, o que todos nós queremos é uma sensação de segurança, de que as coisas vão funcionar sem surpresas desagradáveis.
Agora, deixa eu te contar uma coisa. Sobre os nudges. Já ouviu falar? Eles são pequenas intervenções, quase imperceptíveis, que mudam o comportamento das pessoas. Como quando a prefeitura pinta faixas amarelas no chão para “guiar” os pedestres até a faixa de segurança. Ou aquele lembrete amigável no seu aplicativo de saúde que te sugere beber água ao longo do dia. Na tecnologia, isso também é possível — são os pequenos ajustes que transformam uma experiência, que guiam o usuário para onde ele nem sabia que queria ir, mas que, no final, faz todo sentido.
E olha, isso me lembra que, muitas vezes, focamos tanto nas grandes mudanças — “a próxima revolução tecnológica”, “o salto quântico da inovação” — que esquecemos o poder dos detalhes. A verdadeira transformação não é um evento. É um processo. É constante, às vezes imperceptível, mas profundamente impactante. Igual a uma conversa numa tarde qualquer, na qual, sem pressa, percebemos que saímos dela um pouquinho diferentes, com uma nova perspectiva.
Então, amigo, da próxima vez que você ouvir alguém falar sobre transformação digital, inovação, IA, nuvem, seja o que for, pense nisso: a tecnologia só faz sentido se servir para melhorar a vida das pessoas. Não se trata apenas de velocidade, automação ou processamento de dados. Trata-se de humanidade.
E, assim como em uma boa conversa na praça, é preciso saber ouvir, falar na hora certa e, principalmente, entender o que realmente importa. Porque, no final do dia, o que transforma não é a tecnologia, é a maneira como a usamos para transformar nossa realidade e, claro, a vida das pessoas ao nosso redor.
Parabéns, Leôncio.
A tecnologia bem utilizada sempre será uma ferramenta para melhorar e otimizar nossos processos para que tenhamos mais tempo de banco de praça, as pessoas sempre serão o mais importante.