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Existem vários motivos para criar e reforçar regras. Não respeita-las pode levar a consequências indesejadas e, às vezes, catastróficas. Focando no ambiente de trabalho, hoje vamos explorar as causas específicas pelas quais tais regras são criadas, porque as pessoas “escolhem” não segui-las e o que pode ser feito para promover e manter o valor que essas regras pretendem trazer.

Começando com esclarecimentos, gostaria de trazer duas definições importantes:

De acordo com a Cornell Law School, “Uma regra é geralmente definida como qualquer padrão, princípio ou norma que guia a conduta. Serve como uma diretriz para tomar decisões e resolver disputas. No contexto legal, uma regra se refere a um regulamento que governa as operações internas de uma agência. Em litígios, é qualquer padrão ou princípio pelo qual os tribunais resolvem disputas.” – tradução livre.

O cumprimento das regras pode trazer uma definição muito ampla, tentando conter sua definição ao ambiente de trabalho, é válido dizer que se refere às estratégias e métodos empregados para garantir que os funcionários sigam consistentemente as regras, políticas e procedimentos organizacionais.

Como mencionado anteriormente, começaremos identificando algumas causas principais pelas quais as regras de trabalho são criadas:

  1. Uma das principais razões para a criação de regras de trabalho é garantir a segurança dos funcionários. Isso inclui regras relacionadas ao uso adequado de equipamentos, manuseio de materiais perigosos e manutenção de um ambiente de trabalho seguro para prevenir acidentes e lesões.
  2. As regras de trabalho são estabelecidas para aumentar a produtividade e a eficiência dentro de uma organização. Essas regras podem incluir diretrizes para processos de fluxo de trabalho, comunicação, uso de recursos da empresa e gestão do tempo, garantindo que as tarefas sejam concluídas de maneira eficiente e eficaz.
  3. As regras ajudam a manter a ordem, a disciplina e são esperadas para promover a justiça no local de trabalho. Elas estabelecem expectativas claras para comportamento e desempenho, o que ajuda a prevenir conflitos entre os funcionários e líderes, essencial para criação de um ambiente de trabalho harmonioso.
  4. Muitas regras de trabalho são criadas para cumprir requisitos legais e regulatórios. Isso inclui aderir às leis trabalhistas, regulamentos de saúde e segurança e padrões da indústria, o que ajuda a proteger a organização de problemas legais e garante o tratamento justo dos funcionários.
  5. Elas também são estabelecidas para proteger os ativos físicos e intelectuais da empresa. Isso inclui políticas de segurança de dados, uso de propriedade e recursos da empresa e acordos de confidencialidade para prevenir o uso indevido ou roubo de recursos da empresa.

Se as razões para essas regras são compreensíveis e razoáveis, por que algumas pessoas ainda não as respeitam?

  • Falta de Conhecimento ou Compreensão: Os funcionários podem não seguir as regras simplesmente porque não estão cientes delas ou não as compreendem totalmente. Isso pode ocorrer devido à comunicação inadequada ou treinamento insuficiente.
  • Percepção de Injustiça: Quando os funcionários percebem as regras como injustas ou tendenciosas, eles são menos propensos a segui-las. Essa percepção pode surgir se as regras são aplicadas de forma inconsistente, se afetam desproporcionalmente certos grupos ou se são vistas como arbitrárias.
  • Falta de Motivação: Se os funcionários não veem nenhum benefício pessoal ou relevância em seguir certas regras, podem ignorá-las. Isso pode acontecer quando as regras são percebidas como irrelevantes para suas funções ou quando não há reforço positivo ou negativo para a conformidade.
  • Ambiente de Trabalho: O ambiente de trabalho pode influenciar significativamente a conformidade com as regras. Em ambientes onde a quebra de regras ou exceções regulares são toleradas ou até implicitamente incentivadas, os funcionários são mais propensos a desconsiderar as regras estabelecidas. Por outro lado, em uma cultura que valoriza a conformidade e a integridade, a adesão às regras é geralmente maior.
  • Resistência à Mudança: Os funcionários podem resistir a novas regras ou mudanças nas regras existentes, especialmente se não estiverem envolvidos no processo de mudança ou se não entenderem as razões por trás das mudanças. A resistência também pode surgir do medo do desconhecido ou de uma preferência pelo status quo.
  • Estresse e Sobrecarga de Trabalho: Níveis elevados de estresse e sobrecarga de trabalho podem levar à quebra de regras, levando a atalhos indesejáveis no gerenciamento de suas cargas de trabalho. Quando os funcionários estão sobrecarregados, podem priorizar a conclusão imediata das tarefas em detrimento da adesão a procedimentos e regras.
  • Liderança e Gestão Ineficazes: Liderança e gestão ineficazes podem resultar em baixa adesão às regras. Líderes que não modelam o comportamento de seguir as regras e não abordam as violações de regras podem deteriorar a importância de segui-las transformando a regra em uma recomendação.
  • Consequências Inadequadas: Se as consequências para a quebra de regras não são significativas ou aplicadas consistentemente, os funcionários podem não se sentir compelidos a segui-las. Consequências claras, justas e aplicadas consistentemente são necessárias para incentivar a conformidade.

Para trazer valor e significado às regras da empresa, líderes e membros da equipe devem considerar as seguintes ações:

a. Comunicação Clara e Treinamento: Garantir que todos os funcionários estejam plenamente cientes das regras e compreendam sua importância. Isso pode ser alcançado através de sessões de treinamento regulares, documentação clara e comunicação contínua. Os funcionários devem saber não apenas quais são as regras, mas também porque elas existem e como beneficiam tanto a organização quanto a eles.

b. Aplicação Consistente: Aplicar as regras de forma consistente em todos os níveis da organização. A aplicação inconsistente pode levar a percepções de injustiça e reduzir a conformidade. Líderes e gestores devem modelar o comportamento que esperam de seus funcionários e sempre abordar as violações.

c. Reforço Positivo: Usar o reforço positivo para incentivar a conformidade com as regras. Reconhecer e recompensar os funcionários que consistentemente seguem as regras pode motivar outros a fazer o mesmo. As recompensas podem ser formais (bônus, prêmios) e informais (reconhecimento público, elogios verbais).

d. Mecanismos de Feedback: Estabelecer mecanismos para os funcionários fornecerem feedback sobre as regras existentes. Isso pode ajudar a identificar quaisquer problemas ou impraticabilidades com as regras e fazer os ajustes necessários. Uma cultura de feedback aberto também pode aumentar o senso de propriedade e compromisso dos funcionários com as regras. e. Comprometimento da Liderança: Garantir que os líderes organizacionais estejam comprometidos com a manutenção e promoção das regras. Os líderes devem demonstrar seu comprometimento através de suas ações e decisões, reforçando a importância das regras para o restante da organização.

f. Revisão e Atualização Regulares: Revisar e atualizar periodicamente as regras para garantir que permaneçam relevantes e eficazes. À medida que os contextos organizacionais e os ambientes externos mudam, as regras podem precisar ser ajustadas para continuar fornecendo orientação significativa.

g. Abordagem Rápida das Violações: Abordar as violações das regras de maneira rápida e justa. O tratamento consistente e justo das violações reforça a importância das regras e desencoraja a não conformidade futura. h. Recomendação não é uma regra: Alinhar expectativas de que uma recomendação não é uma regra e não pode ser usada como tal, e nenhuma ação corretiva deve ser tomada.

A proatividade, a determinação, o procedimento e a comunicação adequados, seguramente melhoram a possibilidade de resultados positivos. Mas em contrapartida, se o engajamento para a criação e manutenção das regras de uma empresa não for incorporado e aplicado por todos os líderes, a probabilidade de sucesso é significativamente reduzida.

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Alexandre Oliveira

Engenheiro de formação, gerente de projetos por aptidão, consultor em melhoria de processos por paixão. Mais de 20 anos de experiência em automação, gerenciamento de projetos, gestão em tecnologia para empresas de diversos ramos buscando reduzir risco, aumentar rentabilidade e otimizar recursos.