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Recentemente participei de um evento de altíssimo nível promovido pelo Centro Acadêmico de Direito de uma grande universidade.  Tema importante e necessário “A advocacia e a Inteligência Artificial. Debate instigante especialmente pelo alto nível dos colegas presentes no painel e pelo público, provocativo e irresignado.

Fato é, que os bacharéis em Direito de hoje, têm basicamente a mesma formação dos nossos bisavós. Gerações tão distantes ensinadas com a mesma abordagem, dentro da mesma caixa. Limitada. Limitante. Com engrenagens enferrujadas que nos mantem reféns da parcialidade do que recebemos. Temos exceções, claro, que aliás comprovam a regra. Mas sabemos que os bacharéis e advogados, para falar da formação que vivencio, são numerosos. Mais precisamente, ¼ das universidades.

Pois bem, durante o referido debate, fomos questionados pelos alunos sobre a necessária renovação da grade e metodologia. Unanimidade entre os painelistas: deve ser atualizada com urgência! Mas neste momento levantei uma outra abordagem que de forma alguma afasta a responsabilidade das universidades em rever suas grades.

Qual o papel do aluno frente a esta necessária e urgente atualização? A esta obsolescência de uma faculdade que deveria formar advogados para uma nova economia?

Ora, hoje temos facilidade de acesso à absolutamente qualquer material de qualquer universidade, doutrina, jurisprudência, imprensa a um click. Na palma da mão. Mas, qual a proatividade destes jovens?

Não há mais espaço para alunos que aguardam passivamente serem ensinados nos bancos da graduação. Este profissional será rapidamente substituído pela Inteligência Artificial. O futuro será dos profissionais que souberem usar a inovação como aliada para potencializar o seu trabalho e por que não, para criar novas funções e habilidades. Disruptivas, e inovadoras.

Vamos assumir as rédeas de nossa formação e inverter as regras, fazendo com que as universidades e formações corram para matar a sede não apenas de conhecimento, mas do apetite voraz por inovação que 100% dos advogados já está consumindo. Advogados, que podem ser simplesmente o que quiserem, dentro de uma gama infinita de opções que o universo jurídico apresenta.

Eu atuo com inovação e me formei pré lei de Software, pois busquei o conhecimento dentro e fora da universidade. Porque todo o conhecimento que eu ansiava e sequer imaginava, não era ministrado nos bancos da faculdade de Direito, nem em qualquer curso disponível. E tive – e ainda tenho – excelentes mentores que eu incansavelmente procurava, provocava e com quem aprendia. Desafia e era desafiada constantemente. E absorvia, transformava e recalculava mais uma vez a rota. Porque recalcular é constante e necessário. Por este motivo, as universidades devem sim serem cobradas pelo congelamento das grades curriculares. Mas não podemos terceirizar toda a responsabilidade, nos contentando em sermos formados. Nem sempre assumir as rédeas é uma tarefa fácil, por onde começar?

Foco: Faça um mapeamento da área que te interessa. Quem são os stakeholkders, qual a legislação, entidades, jornalistas, empresas que realmente fazem a diferença?

Aja: Mapeamento realizado, hands on! Contate, estude, simplesmente se mexa, virtual e também pessoalmente.

Parcerias: Projetos de valor são possíveis apenas com networking e parceiros, que sejam coerentes com o teu propósito e valores.

Mentoria: Procure um mentor formal ou informal. E vai ser uma grande surpresa constatar como existem pessoas que querem ajudar a formar quem realmente quer construir a sua estrada.

Formação: Busque formações que vão gerar conexões e experiências que te desafiem. Fazer mais do mesmo definitivamente vai te manter na multidão.

Que busquemos a nossa formação, com curiosidade, apetite e, principalmente abertos para jornada. O que pode ser mais inspirador do que protagonizarmos o nosso próprio crescimento? E então, que tal assumir as rédeas da tua construção?

5 Comentários

  • Adalberto Bueno disse:

    Excelente ponto: a passividade desta nova geração.

  • Vera Martini Wanner disse:

    Excelente provocação! E não só para os jovens!!

  • rossana schuch boeira disse:

    Me formei em 1996. Desde aquela época a única certeza que tenho é que qualquer um se forma no curso de direito e SEM SABER NADA !!!!! Literalmente a escola do advogado não é a faculdade, esta é apenas um degrau. O mundo e pré-sentir a sociedade é que fazem a diferença para quem não quer ser colonizado e sim inovar ou colonizar. Essa percepção é difícil de adquirir e não está nos livros, muito menos nos manuais de faculdade, no máximo temos algumas orientações de como chegar lá nas notas de rodapé.
    Ótimo artigo, vou recomendá-lo !!

  • César Balarine disse:

    Parabéns Letícia

  • Moacir Pogorelsky disse:

    👏👏👏

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Letícia Batistela

Advogada, com mais de 20 anos de experiência no setor de TI, é apaixonada por inovação e ainda mais por concretizar ideias com foco em resultados, sejam eles econômicos ou sociais. Pós graduada em Gestão de Negócios pela FDC, Direito Empresarial pela FGV e fez parte do Programa de formação de Conselheiros/PDC da FDC. Em 2018 e 2019, foi indicada como um dos 500 advogados mais admirados do Brasil, segundo publicação da Revista Análise Editorial, que ouviu Diretores e Gerentes de Departamentos Jurídicos de empresas. Atualmente preside, em Porto Alegre, a Empresa Pública de Tecnologia da Informação e Comunicação – PROCEMPA. A busca por aprender com os grandes e aprofundar seu conhecimento concreto, a fez atuar em entidades associativas do setor de tecnologia, sendo Diretora Jurídica da SUCESU, VP Jurídica da Federação das Empresas de Tecnologia/ASSESPRO, após exercer por 2 anos a Presidência da Assespro/RS. Participou da diretoria de várias entidades e atualmente faz parte do Conselho de Administração da PROCEMPA e PROCERGS. É Diretora da FEDERASUL, além de coordenar a Divisão Jurídica desta entidade. Sua aproximação com a Mentoria ocorreu através do WLM, Women in Law Mentoring Brasil, onde é membro fundadora.