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Se você pertence a uma geração como a minha (X) ou é mais velho, terá um pouco de dificuldade de entender o conceito difundido e disseminado pelo Mark, aquele cara que nos colocou em um processo de relacionamento continuado via internet. Bem, primeiro gostaria de falar sobre novos conceitos e o quão eles nos influenciam. Geralmente, ao meu modo de ver, os novos conceitos são mecanismos para definir coisas que já existem transformando-os em tendências. Para lançar um conceito novo, não basta ser inteligente e brilhante. Na maioria das vezes, tu tens que ser relevante, para que a disseminação do conceito seja ampla e ganhe um número gigante de adeptos. Foi assim com inúmeras tendências e tecnologias. Os canais de disseminação sempre foram tão ou mais importantes do que o conceito. Estes canais e relevância de quem cria o conceito é que define se a tendência se confirma ou não. Por exemplo, não adiantaria eu criar um conceito similar ao metaverso se não possuísse a mínima relevância e capacidade de disseminação.

O segundo ponto importante é a observação. Para criar tendência e conceito devemos observar o que movimenta as gerações. Se pensássemos somente com nossas cabeças e com o modo em que vivemos, não conseguiríamos prever situações, pois geralmente existem crenças e modelos de comportamentos bem definidos. Aqueles de uma geração como a minha, que utilizam e participam de novas ofertas tecnológicas, podem ser considerados fora da curva. A grande maioria de uma geração mantém um status quo social rotineiro, aprendem novas tecnologias, usam, mas não vivem de fato o “core” da transformação disruptiva.

Bem, agora dá pra falar um pouco em metaverso. Tenho um exemplo bem simples sobre metaverso. Aqui é importante dizer que conceitos só são viabilizados com tecnologias que os sustentem de forma orgânica. Alguns lembram do movimento que foi chamado de Second Life, que em meados dos anos dois mil chegou a ser disseminado globalmente. Nada mais era que uma segunda vida online, assim como o proposto no metaverso. Porém, ao meu modo de ver, não estávamos maduros o suficiente para absorver os conceitos principalmente por dois pontos: falta de disseminação de uso e cultura tecnológica e inclusive tecnologias que pudessem gerar alto grau de usabilidade e interesse. Tínhamos mais medo de tudo.

Bem, agora neste momento em que aproveitamos muito mais a tecnologia, estamos preparados, ou parcialmente. Aliás, muitos de nós não…nossos filhos, netos…

Observe o comportamento de seus filhos e netos. Provavelmente você já está ajudando a financiar a vida deles no metaverso. Aí você me pergunta: como assim? Simples. Seu filho joga na internet? Ele possui contas de X-BOX, PlayStation ou ainda usa outras soluções para passar grande parte de seu tempo? Por exemplo, há mais de 3 ou 4 anos que meu filho possui como rotina este tipo de interação. No início quando ele jogava Fortinite ou qualquer jogo, me chamava a atenção a interação em voz e modelo de como eles reuniam as “tribos”. Se passou um tempo e além de consumir os jogos online (pagar a Microsoft e o Play) passei a pagar por Skins (ou peles), ou seja, além de jogar com os amigos, os avatares deveriam ser bonitos e com roupas diferentes. Adquiri moedas que estavam disponíveis para melhorar as fases ou até mesmo gerar outras aquisições. Quando entendi fiquei bravo, mas como um pai tem dificuldades de não deixar um filho na mão, comprei.

Jogo Fortinite

Isto demostra que o comportamento de consumo depende de muitas coisas – o meio em que vivemos, o quanto somos socialmente influenciados e sempre queremos provar algo para alguém, o quanto os desejos de posse mudam o Mundo e como a tecnologia muda o modelo de consumo.

Aqui está o tal metaverso. Uma vida de consumo em uma sociedade digital onde os bens adquiridos não são palpáveis como carros, roupas, joias. Um lugar onde o Tiago é TL123 e tem muitos objetos, roupas, casas que deixam seu avatar feliz e alegre. O que muda é que este consumo não terá apenas um caminho. Quem adquire poderá vender. Os motivos serão os mesmos, o desejo de ser melhor, possuir mais e estar up to date na sociedade.

Por falar nisto, tenho um Iate para vender na internet. Se estiver interessado pode me fazer um PIX de R$2.000.000,00.

Os autores dos artigos, vídeos e podcasts assumem inteira responsabilidade pelo conteúdo de sua autoria. A opinião destes não necessariamente expressa a linha editorial e a visão do Instituto Dynamic Mindset.

Tiago Lemos

Economista, com pós em Economia empresarial e Engenharia de Produção, consultor especialista em inovação, investidor anjo e empresário.

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