Passa ano, vem ano e somos cada vez mais intensamente submetidos cotidianamente a um enorme volume de novos temas que nos geram uma miríade de desafios.
Sejam estes intelectuais, de educação, emocionais, tecnológicos, adequação de conhecimento a evolução da vida ou apenas modismos, o ser humano está sendo cada vez mais bombardeado por pressões que jamais enfrentou antes e, menos ainda, na velocidade incrível que estas acontecem no mundo hiper veloz em que vivemos.
Talvez estejamos, enquanto humanos, entrando em “tilt” em muitas destas situações.
De fato, é cada vez mais difícil acompanhar as regras e o ritmo dos “jogos”, sejam os existentes ou os que estão sendo criados a cada dia.
Estar “up to date” é, ao mesmo tempo, um dos maiores problemas da sociedade atual enquanto necessidade de se manter competitivo e, também, um dos elementos mais opressores que enfrentamos.
E isto vem se intensificando pela sociedade do conhecimento, da era da informação, que paga muito mais em todos os sentidos pelo tech e know how do momento e, ao mesmo tempo, em muitas situações, torna em quase párias econômicos os detentores das qualificações anteriores.
Complexo, não ?
Complementarmente a isto, somos massacrados de forma incessante por milhares de informações, de “verdades”, de imposições, de “certezas” que não sobrevivem a uma mera busca na internet.
Consumimos todo dia nas redes sociais, no WhatsApp, nos jornais, nas ideologias, nos memes… um estoque inesgotável de “fake news” ou de “deep fake news”, tão bem feitas que criam até mesmo suas referências cruzadas para se sustentar e se validar como “autênticas”.
Como discernir as coisas? Como saber o que é real do que é engenhosamente fabricado?
É tudo tão sofisticado que até o “erro” agora está calculado e estruturado.
Dizem por aí, “erre rápido e siga em frente. Viva experiências e seja o que isto gerar.”
Para além do conceito intrínseco de perseverar sempre e avançar, o contexto acima se tornou uma espécie de receita para todos poderem perder tempo e errar em paz. Se possível, inclusive, com o dinheiro alheio. Aliás, a tal fórmula parece ser uma das principais bulas do receituário vigente.
Talvez o nome desta receita “de gurus” seja “vida leva eu”.
Virou até música…
E acaba por ser um bom exemplo de como a sociedade cria lógicas para justificar muitas vezes o “non sense” conveniente.
Claro, com isto os mais “capazes” do momento se aproveitam e aumentam sua distância frente a massa conduzida… e ganham com isto.
De fato é possível concordar em ser levado pela vida e perder as rédeas de si mesmo?
Será que é por aí?
Quando juntamos tudo isto no mundo totalmente conectado, cheio de assimetrias e ondas em que vivemos, que se transformam em tudo de relevante da noite para o dia e, na sequência, no dia seguinte, podem já estar reduzidas a pó, se tornando irrelevantes, como se jamais tivessem existido, percebemos que os desafios são realmente enormes.
Como fica cada um de nós nesta arquitetura “in progress” a que estamos sendo submetidos? Qual “eu” devo conceber para ser vencedor neste cenário?
Muito tem se falado deste mundo distópico, agressivo, caótico e ao mesmo tempo cheio de oportunidades e possibilidades.
Tantas abordagens complexas, que procuram gerar certezas e definições sobre como e de que jeito o ser humano deve ser, lidar e enfrentar cada uma das questões que lhe aparecem.
Mas como vender certezas diante de tantas incertezas? Qual caminho seguir? No que podemos confiar? O que resiste no tempo e as ondas?
A grande maioria das abordagens tende a errar em sempre ver o mundo a partir de um conjunto de consequências, de fenomenologias, de resultados ou mesmo de cases.
Isto sem contar, claro, as fórmulas mágicas e os gurus de plantão. Gente que não aplica para si mesmo o que propõe aos outros não dá, né?
No geral pouco se olha para a gênese de cada um dos grandes desafios existentes.
Se acredita em fórmulas e/ou repetições baseadas em externalidades como caminho vencedor.
Mas, de fato, não se pega o dna das coisas, o ver dentro dos fatos, o conhecer na essência para poder fazer, o “eu” treinado na e para a ação, para a decisão “otimal” daquele momento.
Ao avaliarmos isto e as suas desinências e corolários , parece claro que as abordagens que não colocam o ser humano no centro de sua própria vida tendem a se equivocar mais cedo ou mais tarde, porque não conseguem as respostas libertadoras e satisfatórias no viver, no existir da vida, que só podem prosperar a partir da essência livre de cada indivíduo.
Neste sentido, precisamos colocar uma análise real frente ao íntimo das coisas que vivemos – não achismos… Ver o que é, sem interpretações posicionais que tendem a nos gerar uma falsa compreensão da realidade sendo vivida.
Colocar a intuição afiada, o timing, o conhecimento forjado a ferro e fogo de forma árdua e disciplinada na ação, o saber para fazer, o ser para existir, o viver para ser… e, com isto, ter evidências que se está construindo a jornada desejada. Este parece ser sempre um caminho vencedor e libertador.
Posto isto, poderíamos dizer que cada vez mais vamos diferenciar o ser humano livre, capaz, autogerenciado dos que não o são pela sua capacidade de lidar com toda sorte de desafios que lhe aparecem pela frente se, quando, como e porque lhe convém.
Há muito mais chance de sucesso para aqueles que conseguem, a partir de sua própria exuberância e capacidade de ação, gerar movimentos que acabam por preencher vazios, geram luz e possibilidades para todos que forem impactados, começando, claro, pelo próprio indivíduo.
Se aceitarmos e trabalharmos com estas premissas e forma de ação, fica evidente que os vencedores, hoje e no futuro próximo, serão, portanto, aqueles que se autenticam, que constroem em si a fortaleza de sua própria existência. Desenvolvem sua luz e a partir desta, selecionam de forma lógica e funcional o que lhes serve. Geram valor a ambiência circundante. E, a partir de sua capacidade exuberante, derramam-se nos outros e geram mais – do amor ao conhecimento – passando por tudo aquilo que lhes permita uma jornada de desenvolvimento rumo a transcender a própria existência e ser quem lhes aprouver ser.
Excelente abordagem da situação atual que também é global.
De qualquer forma não adianta fazermos mais do mesmo, pois precisamos inovar no sentido mais de gestão da vida, da emoções, das instituições e negócios.
Nestes tempos prevalece a consciência coletiva do ser em detrimento do ter individual. ABS JC Mentoring Master
Excelente artigo Cesar!
Grande Jose Claudio, obrigado por seus valiosos comentários
Obrigado Adriano Amui
Grande reflexão! O “filtro” se torna cada vez mais necessário, o “detox”não é somente mais físico e sim digital também. E além disso, nunca esquecer “que somos nosso principal guru”. Nada como o bom e velho feeling das nossas origens e essência.
O mundo que vivemos hoje é das “percepções”. Porém, o diferencial hoje entre as pessoas é a solidez com que se constrói as coisas. Conexões verdadeiras e de valor. Excelente reflexão!
Excelente texto Cesar! Acredito que duas coisas são importantes neste situacional todo: “disciplina” (fundamental para planejar e fazer para se chegar onde quer) e “exemplo”, ter bons exemplos (pessoais reais e vivências reais e inspiradoras para servirem de guia ou direcionamento) e ser exemplo também, em uma cadeia de evolução conjunta e contínua (derramar-se como escreveste). Gosto muito de usar exemplos e procuro ser exemplo! Vamos em frente, o mundo e o futuro somos nós que construímos, então se é bom ou ruim, é 100% conosco .
Texto importantíssimo, o atual cenário que estavamos vivenciado traz um bloco de informações. sentimentos, e novidades. Cabe a nós no meio de todo esse ‘caos estruturado’ tornarmos as ações mais produtivias e principlamente alinhada com nossos objetivos.
Ser humano livre e autogerenciado versus tudo que somos bombardeados no dia a dia que nos colocam em tentação a nos tirar da rota! Ótima reflexão!
Excelente reflexão, Cesar. Parabéns!
Obrigado pelos belos comentários Lisandro, Juliana, Felipe, Leandro, Camila, Ana,