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Boas decisões são difíceis de se tomar.

Este é um dos grandes aprendizados que obtive tanto em minha carreira, quanto em minha vida pessoal, afinal, a nossa vida é feita de um conjunto de escolhas que fazemos consciente ou inconscientemente.

Meu trabalho como professor, empresário e executivo sempre exigiu uma tomada de decisões rápida e eficiente, para que eu pudesse realizar trabalhos e alcançar objetivos.

Mas acredito que independentemente de qual área de atuação você esteja, é bem provável que já tenha se encontrado em uma encruzilhada, onde não possui todas as informações esperadas para fazer uma escolha importante.

É aí que entram os modelos mentais para auxiliá-lo nesta tomada de decisões.

Mas antes disso, quero compartilhar alguns pensamentos sobre os quais reflito diariamente e que serão muito úteis em nossa conversa:

  1. Temos a tendência de achar que o que pensamos é verdadeiro. Em função disso, costumamos ignorar informações que coloquem em cheque nossos pensamentos.

Uma das técnicas que utilizo para me precaver quanto a esta falha, é estar atento a fatos e ideias que me surpreendam de alguma forma.

Por exemplo, todas as vezes que me pego pensando “Isso não faz nenhum sentido” ou “Eu não esperava por isso”, interpreto como um alerta para checar se meu raciocínio está me traindo.

  • – Usamos muitas horas do nosso dia consumindo notícias e informações para garantir que estejamos atualizados e bem-informados. O que aprendi com o tempo, é que muitas vezes, acontece exatamente o contrário. Cito abaixo algumas razões para que isso aconteça:
  • Notícias costumam ser perecíveis. A imensa maioria destes materiais parece muito importante naquele segundo, mas logo depois se esvai.
  • Informações podem não possuir conteúdo, de fato. Estas informações costumam ser superficiais e propagadas em função de algoritmos que nos induzem a ler compulsivamente. Muitas vezes, não passaram por um simples teste do tempo ou um crivo técnico.

Quantos livros, pesquisas sérias e conteúdos sólidos você poderia consumir, se não dedicasse tanto tempo a este tipo de conteúdo?

  • Por fim, na internet todos agem como especialistas. As redes sociais e plataformas de comunicação permitem a qualquer ser humano projetar-se como conhecedor e digno de emitir julgamentos, teses, análises, críticas e fazer previsões.

Deixo aqui uma pergunta: você investiga criteriosamente as qualificações de quem lhe provê informações?

MODELOS MENTAIS TE AJUDAM A PENSAR MELHOR

A maneira como enxergamos o mundo e tudo que existe nele é única, são nossas vivências, crenças, relacionamentos e outros fatores essencialmente pessoais, que constroem as lentes que nos aproximam ou afastam das decisões que precisamos tomar.

Mas é quando aprendemos a enxergar o mundo como ele é, não da forma como queremos que seja, que tudo muda.

A capacidade do nosso cérebro de compreender a complexidade é limitada, ele está tão sobrecarregado com informações, que não é devidamente treinado para tomar decisões. É por isso, que aceitar que existem várias maneiras de abordar uma mesma questão permite melhores tomadas de decisão.

A qualidade dos seus pensamentos depende dos modelos mentais que você tem na cabeça.

Olhar para os desafios a partir dessas múltiplas lentes, facilitará o processo de tomada de decisões e o ajudará a identificar oportunidades que antes seriam ignoradas ou a evitar erros que podem custar caro, proporcionando progressos significativos em sua vida e/ou trabalho.

Combinar a preparação inteligente – aprender sobre as grandes ideias testadas em várias disciplinas – com estruturas de pensamento geral irá melhorar drasticamente suas habilidades de tomada de decisão.

3 MODELOS MENTAIS E COMO ELES PODEM AJUDÁ-LO NA TOMADA DE DECISÕES GENUÍNAS

Aprender um modelo mental, não é apenas aprender uma ideia isolada, é aprender uma nova forma de pensar.

Isto é um campo com diversas possibilidades a serem estudadas, o que escrevo aqui é apenas a ponta de um iceberg, que você pode aplicar em momentos diferentes da vida e obter resultados poderosos e diferenciadores.

Pensando nisso, listei abaixo 3 modelos mentais para que você conheça e comece já a aplicá-los no seu dia a dia.

1 – PENSAMENTO DE SEGUNDA ORDEM

Já tentou imaginar os resultados imediatos das suas ações? Que tal antecipar os resultados a longo prazo?

O pensamento de primeira ordem é rápido e fácil. Acontece quando procuramos algo que só resolve o problema imediato, sem considerar as consequências.

Já o pensamento de segunda ordem é mais deliberado. É pensar em termos de interações e tempo, entendendo que, apesar de nossas intenções, nossas intervenções costumam causar danos.

Aqui estão três maneiras que você pode usar para colocar o pensamento de segunda ordem em prática hoje:

  • Sempre pergunte-se “E depois?”
  • Pense a longo prazo (quais serão as consequências dessa ação nos próximos 10 minutos? 10 meses? 10 anos?)
  • Identifique sua decisão, analise e anote as consequências, separando as consequências imediatas das consequências de 2ª, 3ª ou até mesmo 4ª ordem. Se você revisá-las regularmente, isso poderá ajudar a manter seu pensamento afiado.

2 – INVERSÃO

Qual costuma ser o ponto de partida para suas ações?

A inversão é um modelo mental poderoso, que irá ajudá-lo a identificar e remover os obstáculos entre sua decisão e o sucesso. Em resumo, este modelo mental visa abordar uma situação do lado oposto do ponto de partida natural.

Na prática, o modelo mental de inversão melhora a compreensão do problema, uma vez que você parte do resultado esperado e traça os caminhos mais fáceis para chegar até ele.

Ao forçá-lo a considerar diferentes perspectivas, você estará mais preparado para resolver aqueles conflitos e “imprevistos”, que costumam aparecer no decorrer dos projetos.

Uma forma de colocar em prática este método é em vez de começar com o problema e depois explorar uma solução, comece a planejar a partir do resultado que deseja alcançar e trabalhe de “trás para frente”, para descobrir a melhor forma de começar.

3 – O MAPA NÃO É O TERRITÓRIO

O mapa da realidade não é a própria realidade. Ele não representa o território real, apenas uma redução do que ele representa.

Na prática, quando pensamos em mapas, estamos nos referindo a descrições, fórmulas, teorias e modelos, que podem ser facilitadores de decisões, mas que representam apenas um caminho e que podem não contemplar tudo que você precisa naquele momento.

Mesmo as fórmulas mais poderosas de aprendizagem e tomada de decisão, não se aplicam 100% do tempo, por isso, é preciso sabedoria, experiência e humildade para identificar quando as regras não se aplicam e é hora de pensar fora da caixa.

Um exemplo para entender melhor este modelo mental, é pensar no mapa enquanto um guia que pensamos automaticamente em aplicar a um novo projeto, porque o projeto anterior foi bem sucedido.

No entanto, ao fazer isso, é preciso avaliar se este mapa se encaixa nas necessidades e especificidades do desafio atual, pois se não for, a fórmula do sucesso poderá fracassar imediatamente.

Conhecer estes mapas é importante, mas entender suas limitações também é fundamental para tomar decisões mais assertivas.

É PRECISO TREINAR NOSSO CÉREBRO, COMO TREINAMOS NA ACADEMIA

Este conceito pode parecer absurdo, mas calma que já vou explicar isso melhor.

Nosso cérebro é uma máquina de otimização, que trabalha para descobrir significados ao mesmo tempo em que experimenta o mundo e ele faz isso, através do reconhecimento de padrões de pensamento, como forma de tomar atalhos que ajudam a evitar a sobrecarga cognitiva e a fadiga de decisão.

O empresário americano Charlie Munger resumiu bem este ponto de vista quando disse: “Todos nós estamos aprendendo, modificando ou destruindo ideias o tempo todo“.

Com isso, concluo que é preciso dar ao seu cérebro a chance de fazer associações, estabelecer conexões, reconhecer erros e finalmente, estabelecer um ponto de vista autêntico, que irá fazê-lo tomar decisões realmente acertadas.

Precisamos aprender a analisar os fatos, criar opiniões e só assim, descobrir as surpresas e possibilidades que nos esperam no horizonte.

Convido você a experimentar estas possibilidades e a se lembrar que boas decisões tomam tempo mas, consequentemente, tornam o futuro melhor e mais fácil.

Os autores dos artigos, vídeos e podcasts assumem inteira responsabilidade pelo conteúdo de sua autoria. A opinião destes não necessariamente expressa a linha editorial e a visão do Instituto Dynamic Mindset.

Adriano Amui

Empreendedor (Esfera, Invent, Deep Seed Solutions, Portal dos Livreiros e FCA Strategy), Mentor, Professor e Palestrante (FDC, ESPM e SFU Beedie Business School) com foco em Planejamento Estratégico, Estratégia Competitiva, Novos Modelos de Negócios, Empreendedorismo, Go-to-Market, Novos Negócios, Marketing, Design Thinking, Inovação e Transformação Digital. Ver perfil completo >>

5 Comentários

  • César Leite disse:

    Bela reflexão Adriano
    Quem ler com open mind vai poder usufruir bem de tua visão e experiência

  • Antonio Carlos Canova disse:

    Excelente artigo! Dá para sentir que há muita experiência e aprendizado por trás destas reflexões. Eu uso uma frase, que me veio por inspiração quanto eu tomava a decisão de dar um tempo na minha carreira: “Quero fazer um tempo Sabático para colocar teoria na minha prática “. Desde então venho “colecionando muitas leituras e informações” Para me ajudarem neste processo. Com certeza, o que ajuda mesmo Adriano é o que você citou aqui: fontes de informação que resistem ao tempo.

  • Adriano Amui disse:

    Cesar, Obrigado. Este é o espírito.

  • Adriano Amui disse:

    Antonio Carlos, Super obrigado por compartilhar conosco sua experiência e principalmente a sua vivência.

  • Marcos Nunes disse:

    Excelente artigo.
    Tudo é uma Questão de paciência e persistência.
    Gratidão pela provocação.

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