Sempre ouvi ao longo de minha vida que o jogo no Brasil era proibido. Lembro de pessoas que se deslocavam ao Uruguai para usufruir das divertidas e sorrateiras jogatinas. Lembro do Conrad, um hotel cassino que atraia gente de todo o mundo e que hoje se chama Enjoy. Ah como era chique se movimentar a Punta e exaltar os adesivos nas caminhonetes. Ainda com festas fantásticas aonde nome e sobrenome eram o passaporte da felicidade.
Bem, voltando a minha realidade de cidadão da classe média brasileira, lembro também, como contra argumento ao cenário apresentado anteriormente do Sr. Jailson. Um senhor de mais ou menos 68 anos que possuía um bar no centro de Porto alegre. Ali dentro ele operava um grande esquema contra a lei. Fazia a felicidade de senhores e senhoras com um bingo e máquinas de caça níquel. O ambiente era regado de cerveja, drinks e cafés, e fazia a felicidade de muita gente que torrava suas aposentadorias com a parceria e a descontração daquele ambiente. Pois é, tudo certo, até que um dia a polícia invadiu o local e apreendeu todos os equipamentos. Só não prendeu o empreendedor por respeito a sua idade avançada e por que os populares o defendiam. O bar fechou, Jailson morreu e uma série de velhinhos devem ter ficado carentes. Mudaram seu local de consumo e foram para farmácias, supermercados e outras opções similares
Fiz está introdução para demostrar que a tecnologia, a internet e a globalização arrebentam com qualquer lei, e necessariamente, teremos que rever, a partir do que está ocorrendo, o que é justo e o que não é.
Olhem que loucura. A explosão do que eu chamo de Betstechs, ou as plataformas de apostas na internet. Deve ter outro nome bonito pra isto, mas todos nós fomos sensibilizados sem mesmo saber do que se tratava. Vocês lembram do Denilson? Sim, aquele canhoto da seleção de 2002, fazendo propaganda e no final tinha uma marca .bet? Pois então, estamos tomados de plataformas que se propõe a fazer apostas em jogos de diversas modalidades.
São tantas as ofertas que estas empresas oferecem até 300 reais para que você se cadastre e aposte nas suas plataformas. É uma concorrência bárbara e me parece que logo logo teremos uma bolha de apostas.
Penso que algumas plataformas irão se especializar, outras diversificar, mas realmente será líder aquela que conseguir se diferenciar na geração de valor para os apostadores.
A pergunta para um negócio de sorte, deveria ser: se eu não posso aumentar a sorte de meu cliente, o que posso ofertar de diferente? Acho que experiências são o caminho.
Aquela plataforma que além de marketing proporcionar as melhores experiências, não somente no uso mas, também como nutrição sistêmica e experiências pontuais, vai agregar cada vez mais valor.
Bem, o que isto tem a ver com Punta e seu Jailson? Tudo.
Hoje não precisamos ir a Punta para jogar. Podemos ir para curtir o mar, os belos restaurantes e festas. Se quisermos jogar temos muitas opções na internet. Mas, te cuida, pois o risco é o mesmo ou , quem sabe, inclusive, maior . Bem, em Punta , podia-se perder também mas, pelo menos era charmoso e ainda tinha o turismo…
E o Seu Jailson? Pois é, não está aqui mais neste plano. Provavelmente morreu pois acabaram com sua diversão e negócio.
Entendo que, inúmeras pessoas de idade mais avançada gostariam que o modelo de negócios do seu Jailson pudesse alegrar novamente suas tardes. Jogar em casa pode ser vício, interagir e integrar-se com outras pessoas e fazer uma fezinha, pode ser uma questão de saúde pública 🙂
Meu desejo era que todos os tipos de empreendimentos pudessem conviver de forma justa e bem regulada, com impostos baixos e amplo espaço propositivo para o empreendedorismo. Mas, acabo dizendo quase sempre para mim mesmo…calma bet, calma bet.
show de artigo @Tiago Lemos
Muito bom