O mundo mudou! Frase que temos ouvido, e lido, com uma frequência cada vez maior. Neste novo mundo também sabemos que o excesso de informação, e o acesso as mesmas informações a todos, são uma norma. Sendo assim, pode-se dizer que o conhecimento em si não faz a diferença.
A não linearidade das transformações atuais porta a exigência de que ao conhecimento seja dado significado e aplicabilidade, ou em uma linguagem do mundo de trabalho, o conhecimento deve tornar-se em habilidade.
Muitos escritores contemporâneos (entre os quais Peter Diamandis, Yuval Harari entre outros) citam que estamos em um momento particular da história, com um potencial de crescimento e desenvolvimento econômico e social sem precedentes. E dentro do trinômio que encabeça toda esta possibilidade de abundância: pessoas, processos e tecnologia, uma das perguntas que devemos nos fazer é se as pessoas conseguirão ter o ritmo e agilidade, emocional inclusive, necessários para enfrentar a nova e cada vez mais acelerada realidade.
A Korn Ferry, uma empresa global de consultoria, neste ano de 2018 realizou uma pesquisa entitulada: “The Global Talent Crunch*” onde analisou o futuro do trabalho em mais de 20 países em todos os continentes, e em diferentes horizontes de tempo (2020, 2025 e 2030), em setores com uso intensivo do conhecimento (tecnologia, serviços, finanças, mídia, telecom, indústria e manufatura) e prevendo o impacto destes resultados para o crescimento econômico das regiões pesquisadas. Os resultados foram, no mínimo, preocupantes.
Até 2030 é prevista uma escassez global de 85 milhões de pessoas com qualificação adequada, impactando em US$8,42 trilhões de receitas anuais não realizadas em 2030, equivalente ao PIB combinado da Alemanha e do Japão.
Mesmo a expansão acelerada da robótica não será suficiente para suprir todo o déficit de pessoas com habilidades necessárias, e isto já é possível verificar agora em 2020.
Especificamente sobre o Brasil, para o tão próximo ano de 2020 a pesquisa avalia o país com um déficit de até 6 milhões de pessoas sem habilidades adequadas para ocupar posições disponíveis. Para 2030 esse número salta para o déficit de 12 a 18 milhões de profissionais sem as qualificações necessárias para ocupar postos de trabalhos, conforme as previsões de crescimento econômico. Pelos dados apurados pela pesquisa da Korn Ferry é o maior desiquilíbrio de competências e lideranças de um país previsto para o 2030. Apenas a título de comparação a Índia deverá estar com “superávit” de 245 milhões de profissionais qualificados neste mesmo período.
Isto nos leva a uma outra leitura, como país em termos educacionais não fizemos o nosso papel de fomentar a formação de líderes e de profissionais extremamente qualificados, e ainda criamos gerações de pessoas com conhecimento mínimo e na expectativa de que lhe fossem dito o que deveria ser feito. Como economia, se estes números se confirmarem mesmo que parcialmente, certamente consolidaremos nosso status de país colônia e que joga sempre o jogo dos outros.
Porém, ainda há tempo para reagirmos. Lembrando que estamos em um período de abundância e de crescimento exponencial, e quando as decisões assertivas são tomadas, resultados escalares são consequenciais.
Como poderíamos reagir?
Como nação, criando uma cultura de livre mercado, e principalmente, que tenha orgulho de ter líderes.
Como empresas, mesmo que não tenham todas as respostas, precisam ser dirigidas por valores consistentes, ambientes flexíveis e planos estratégicos e de comunicação que transmitam segurança mínima e sirvam de bússolas de orientação em meio a tempos de mercados agitados.
E como profissionais, principalmente a nós Brasileiros, cabe a coragem de se colocar como protagonistas do seu próprio jogo, adotando a disciplina do estudo cotidiano, do foco, da humildade de se conhecer e saber reconhecer suas principais habilidades e pontos de melhorias (e para isto nada melhor que um espelho externo – mentor e/ou coach) e de entender que ser leve e alegre não é ser disperso ou superficial, mas sim ser profundo o suficiente para perdoar a si mesmo e aos outros quando acontecem as pequenas derrotas e frustrações, para que se tenha muita agilidade para recomeçar e fazer melhor.
Podemos fazer mais e sermos muito melhores!
*https://www.kornferry.com/challenges/future-of-work
Muito bom o artigo mas sem ser inovador. Ela sabe… Mas muito bom. Quando a Leandra menciona sobre o primeiro autor, lembro-me da Procesor e de BPO, claro, que nada mais é que Tecnology, Process and Persons…
Continue Leandra. Tens compromisso com verdades e resultados!
Amei. Excelente.