Nossa ideia de liberdade está baseada no direito fundamental à escolha. O exemplo extremo é, paradoxalmente, os Estados Unidos. Tudo o que imponha uma decisão, é contestado. Mesmo que seja uma vacina que salva a vida.
Crescemos e fomos educados na ideia da liberdade de escolha. No direito ao voto, no direito fundamental de poder decidir quem irá administrar nossa vida.
Mesmo em países pouco politizados como fora o Brasil historicamente, existe o direito à escolha política na democracia.
Olhando mais de perto, pergunto ao leitor se de fato acredita que está escolhendo o que deseja, alinhado a seus valores, se está escolhendo livremente ou está sendo levado a escolher (no caso, de qualquer coisa).
Na era do discurso do ódio, os cientistas políticos Drew Westen e Frank Luntz pesquisam e propõem alternativas para poder dialogar novamente. Na sua análise (clique no link, ouça o podcast, ou, no mínimo, leia o resumo da ideia!), fica claro a abrangência manipuladora do dito discurso agressivo, bélico. É tão visceral, que pouco espaço deixa à reflexão. É tão emotivo, que nada podemos fazer para parar e pensar no que estamos falando e votando.
Exemplos temos inúmeros. Estados Unidos, novamente na liderança desta corrida à decadência social. Porém, o Brasil não fica pequeno na lista de exemplos. E o mais recente, Colômbia.
Conversei com amigos entendidos em política e de vários posicionamentos, sobre a questão Colômbia. A grande maioria descendentes de sociedades vítimas de guerrilhas, ficou espantada pelo fato de um ex guerrilheiro estar na frente de um país. Sabemos bem que não é o primeiro caso (Pepe Mujica no Uruguai, Dilma Rousseff no Brasil, para citar alguns) e sabemos bem, mesmo não concordando com as políticas sociais ou econômicas, que nenhum dos países caíram no comunismo maoista ou qualquer outro tipo de exagero dentro do discurso do ódio.
Mas não é este o problema. O problema é que manipulados pela linguística e semiótica articulada da propaganda, temos deixado de escolher. Paramos de pensar no que realmente nos importa, ou, em muitos casos, nunca de fato analisamos o que é importante para nós como indivíduos e sociedade.
A dissociação das administrações políticas com os povos é tão grande, que assusta se olhamos de perto. Porém, o mais assustador é o fato que a liberdade que a democracia vende, já há muito tempo deixou de existir. Seja qual for a bandeira que o partido utiliza.
Facilmente caímos num desânimo e desinteresse eleitoral. Assim, nosso voto fica ainda mais estimulado por forças externas.
Perdemos o direito ao voto, aos poucos e sutilmente. Sem embargo, podemos nos apropriar dele novamente se nos distanciamos da purpurina que maquilha os discursos e decidimos o que é melhor para o futuro dos nossos países e planeta.
Excelente. Muito próprio ao que ora presesenciamos. Aqui e fora daqui. Mas não nos esqueçamos do pensamento racional. Mas com um esforço ENORME…
Muito obrigada, Mauricio.
Um abraço.
Seu comentário é ótimo. Mas são os partidos políticos que nos impõem nomes e fim de papo. Com candidatos independentes por quê não nos deixar escolher com alternativas a mais? Nos EUA os há mas sabemos tb que mto não adianta. Mas seria um caminho para nós livrar aos poucos de uma Constituição que privilegia os próximos, donos e usurpadores do poder. Mas é muito complicado.
A Constituição de 88 não foi feita por Constituintes e sim por Deputados e Senadores…
Para nos livrar…
Showwww Cris!!!