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Semanas atrás, enquanto perdia algum tempo olhando (sem olhar) fotos no Instagram, me deparei com uma surpresa. Eram as fotos de uma mulher feliz nas suas fotos com seu bebê, anteriormente grávida e tantas outras formas de declarações de maternidade fantástica.

Terceiro caso da mesma situação com mulheres que tanto tinham defendido não precisar ser mãe para serem completas, e que de alguma maneira  tinham criticado aquelas que optaram pela maternidade e tantos outros discursos contraditórios na sua semântica verbal e visual.

O ser humano pertence a uma espécie em constante evolução. Evolução entendida como mudança, não necessariamente melhoria. Aliás, a natureza das coisas é mutável e semi-cíclica. Motivo pelo qual, mudar uma retórica de empoderamento feminino abrindo mão da maternidade, a um discurso de plenitude graças à mesma maternidade, pode simplesmente ser parte da essência transmutável das coisas. Ou pode ir muito além de uma simples transformação.

“Na nossa sociedade, o maior prêmio é ser feliz”, disse Yuval Noah Harari no seu último artigo publicado no The Telegraph. “Você quer saber o que há de errado nisso? Leia Admirável mundo novo, de Aldous Huxley”, continua.

Na pesquisa da University of Columbia “How and Why Social Media Affect Subjective Well-Being: Multi-Site Use and Social Comparison as Predictors of Change Across Time”. (Como e por que as mídias sociais afetam o bem-estar subjetivo: uso de vários sites e comparação social como preditores de mudanças ao longo do tempo), os autores, ao avaliar por que o uso de mídia social afetou negativamente o bem-estar subjetivo, a comparação social foi um forte preditor. Especificamente, quanto mais os participantes relataram se comparar com os outros enquanto usavam as mídias sociais, menos bem-estar subjetivo eles experimentaram posteriormente.

Na obra-prima de Huxley, a felicidade é o valor supremo na sociedade. Ela é atingida ao hackear o algoritmo bioquímico do ser humano. O governo utiliza biotecnologia avançada e engenharia social para se certificar que todos sejam felizes, através do amor, prazer e consumo. É um mundo onde o governo controla a sociedade muito mais efetivamente através dos fatores geradores de felicidade, que mediante medo, violência e austeridade.

Seja a obra uma distopia ou utopia, para muitos, hoje em dia, ela se aproxima muito da realidade de hoje que vende amor e felicidade como forma de controle. Certamente não por parte dos governos, porém utilizando a comparação como fator preponderante para uma insatisfação que gera uma constante procura pela felicidade paga.

Temos uma sociedade de consumo, que vende felicidade modificando os algoritmos, nos fazendo clientes de uma satisfação e prazer remunerados, através da comparação.

Qual é o alcance e o limite que os indivíduos estão dispostos a pagar e alcançar?

Até que ponto a alienação social, que nos acalma com conforto material e objetivos terceirizados, pode levar às pessoas a se modificar com o passar do tempo?

Qual é o preço que você está disposto a pagar pela sua felicidade?

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Cris Ljungmann

Minha missão é aprimoramento e performance profissional, para levar ao máximo o equilíbrio da vida com o trabalho. Especialista em trabalho Remoto e Híbrido, com mais de 20 anos de experiência em treinamentos e gestão. Abordagem com ênfase na mudança e aprimoramento de mindset, metodologias ágeis, utilizando tecnologias de ponta, sem descuidar a inteligência emocional, a comunicação e com forte influência nas áreas sociais e culturais. Antropóloga pela Universidade de Buenos Aires (UBA), Coach Executivo e Pessoal pela Sociedade Brasileira de Coaching (SBC) e professora da Universidade de Cambridge. Sócia da Dynamic Mindset, fundadora da Viver para Ser, diretora executiva do Agile Institute Brasil. Cris fornece serviços de consultoria, Coaching & Mentoring, e treinamentos de liderança e performance com profissionais e empresas que estejam na procura de mudança contínua e exponencial. Praticante de esporte aventura, amante da natureza, fotógrafa e escritora.