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Conceito popularizado pelo economista austríaco Joseph Schumpeter, nunca esteve tão na moda, para críticos ferrenhos da inovação e evolução tecnológica. 

Na verdade, muitos não entendem o conceito e visão deste economista, que deu grandiosa contribuição para o mundo empreendedor. Para lembrar, de forma simplista, a destruição criativa é um conceito no qual descreve uma mudança no perfil econômico, onde os empreendimentos inovadores destruíam empresas e modelos de negócios antigos e ultrapassados. Muitos entendem, que o impacto proporcionado pela inovação é por si só causa dos principais problemas de setores inteiros.

Para citar um exemplo, já disseminado no dia a dia de nossas vidas, apresento uma rápida análise do caso dos aplicativos de motoristas. Esta inovação surge e em um primeiro momento gera um impacto social que devasta um determinado segmento de atuação. Porém a pergunta que fica é: qual a verdadeira causa-raiz do problema que impactou os taxistas? Foi a tecnologia? Foi o novo modelo de negócios? Posso rapidamente citar aqui, em minha visão, algumas das possíveis causas que geraram impactos em tal setor, propondo uma reflexão sobre problemas x causa raiz de problemas. 

Em uma primeira visão, devo citar que a regulação do meio público não conseguiu gerar evoluções neste tipo de negócios, nem mesmo conseguiu controlar os movimentos naturais de quem busca a otimização de lucro. Surgiram os “barões dos táxis”, empreendedores que criaram grandes frotas para explorar os benefícios de uma margem regulada.  

Outra reflexão é sobre o comodismo de um sistema regulado não oportunizando a criatividade e o crescimento empresarial, ou seja, quem explorava este segmento, se viu por um grande período como alguém que possuía uma “vaquinha leiteira”, extraindo seu leite até o final da vida. Nunca imaginou que este “negócio” poderia estagnar e mudar, o que gerou situação de comodismo, sendo confortável o modelo. 

Este tipo de análise pode ser feito para inúmeros setores e segmentos. Independente da atividade econômica e do porte, o empreendedor tem que ser uma pessoa “antenada”, que entenda de modelos de negócios e explore referências, que podem ser até mesmo globais. Não importa se tens uma padaria ou uma grande indústria. A visão de aprendizado e análise continuada deve ser constante. Testar, testar e testar. Se é para errar, que seja rápido e barato.  

A antecipação de futuros problemas de negócios é uma arte, e para mitigar riscos os empreendedores necessitam antecipar situações. Porém posso afirmar que, a grande maioria dos empreendedores brasileiros não são capacitados para tal, sendo caracterizados como empreendedores por necessidade. 

A pergunta que faço é: Por que temos no Brasil muitos empreendedores por necessidade? Para mim a resposta não é óbvia.

Também é necessário um processo de análise de causa-raiz complexo e detalhado. Porém me arrisco a dizer que a base disto tudo está alicerçada sobre três pilares cruciais:

  1. A falta de investimentos em educação; 
  2. A falta de ética de políticos e governantes; 
  3. A falta de capacitação técnica especializada. 

Podemos escrever horas sobre estes três tópicos citados. Porém não gastarei meu tempo aqui colocando apenas minhas opiniões. Meu objetivo aqui é demonstrar que ao invés de culparmos a evolução da inovação e tecnologia como sendo os vilões do processo de mudanças e estagnação de negócios e setores, devemos refletir e analisar qual o nosso papel nisto tudo…como empreendedores, como governantes e como sociedade. 

Gastamos horas de nossas vidas discutindo temas que não nos levarão a lugar nenhum. Direita, esquerda, centro…Político A está correto e B errado… o fato que devemos maximizar nossas vidas e viver o melhor no tempo em que estamos aqui. Ou seja, precisamos de prosperidade e satisfação. Não acredito em comodidade e estagnação. Acredito em evolução e aprendizado contínuo. Não existe um único caminho para o desenvolvimento social e econômico. Temos que testar hipóteses. Não apenas fazer políticas de desenvolvimento, mas sim colocar a mão na massa para realmente transformar.  

O fato é que não podemos entender o que o economista Schumpeter disse apenas pela frase que ficou em nossas mentes: “destruição criadora”. Temos que entender o contexto e as ramificações sobre o pensamento estabelecido e impacto positivo que a inovação e a tecnologia trazem para à sociedade. Usar isto como uma bengala é fácil demais para esconder nossas incompetências como empreendedores, povos e governantes. 

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Tiago Lemos

Economista, com pós em Economia empresarial e Engenharia de Produção, consultor especialista em inovação, investidor anjo e empresário.