Verdade seja dita, as pessoas vivendo experiências incríveis e postando-as nas mídias sociais é uma mera performance.
As filas no Everest em maio de 2019 deixaram o questionamento de até onde as mídias sociais influenciam milhares de pessoas a se aventurar nas montanhas, ou qualquer outro tipo de atividade extrema, por uma postagem nas mídias.
Adrian Hayes, aventureiro que com sucesso conquistou várias montanhas famosas, incluindo Everest e K2, disse:
Longe de tentar feitos importantes por razões internas, estamos agora sendo levados – consciente ou inconscientemente – a fazer isso por um significado externo.
Gostemos ou não, estamos todos presos em uma máquina de RRPP pessoal imparável para mostrar nossa importância para o mundo. Ou, em termos leigos, “Olhe onde estou, olhe o que estou fazendo ou veja o que eu tenho”. Embora poucos de nós queiram admitir isso, basicamente é tudo um “olhe para mim”.
A crescente influência das mídias sociais lamentavelmente levou as pessoas a viverem na internet, escondendo-se atrás das telas. Comendo fora para uma foto, viajando para uma foto, desperdiçando dinheiro para uma foto – e tornou-se esta sociedade distópica do engano.
Quando as “curtidas” de repente se tornaram importantes
Usar as mídias sociais para se expressar, é aceitável. Mas quando você permite que as mídias sociais assumam a sua vida e se torne a definição de quem você é como pessoa, pode ser um pouco preocupante.
É provável que você acabe criando uma imagem falsa ou uma narrativa de uma vida que você quer, e que os outros pensem que você tem. As pessoas publicam coisas sobre si mesmas, que não são totalmente verdade, permitindo que “seguidores” e “amigos” os julguem pelas vidas que eles querem que os outros pensem que têm – mas por qual motivo?
Erin Vogel, PHD no Departamento de Psiquiatria da Universidade da Califórnia, em San Francisco, estuda mídias sociais e bem-estar, disse:
Muitas das minhas pesquisas baseiam-se na ideia de que as pessoas apresentam versões seletivamente positivas de si mesmas nas mídias sociais – elas falam sobre o melhor aspecto da suas vidas, fazendo parecer que estão tendo uma vida tão boa, que pode, como resultado, fazer com que outras pessoas se sintam mal em relação a si mesmas.
O que você vê na tela não é a mesma pessoa por trás da tela. As pessoas se escondem atrás de filtros para obter a melhor qualidade e versões de si mesmas – muitas vezes, longe da verdade.
Autoestima e validação da vaidade
Em estudos da “Match Singles in America” (combinar solteiros em America) sobre como as mídias sociais impactam a vida de pessoas, as descobertas mostram que 57% dos solteiros dizem que as mídias sociais geraram o medo de ficar por fora (FOMO). A Dra. Suzana Flores, autora do “Facehooked (Viciado em Facebook): Como o Facebook afeta nossas emoções, relacionamentos e vidas”, explica que “quando alguém interage nas mídias sociais por períodos prolongados de tempo, inevitavelmente se sente compelido a continuar checando as atualizações. O “efeito de caça-níqueis”: recebemos uma curtida ou comentário em um post, experimentamos o que os psicólogos chamam de reforço intermitente – ou, recompensas através da validação externa de nossos posts. Estas validações nos mantêm conectados digitalmente.
O “Efeito caça-níqueis” é apenas um dos aspectos do medo de ficar por fora (FOMO). Estudos indicam que a maioria dos usuários das mídias sociais relatam se sentir mais autoconscientes sobre sua aparência. Os usuários do Facebook e Instagram estão ficando cada vez mais deprimidos ao se compararem com seu próprio perfil. O que significa que, se a realidade de uma pessoa não corresponder à ilusão digital que ela publica em seus perfis, emocionalmente, pode-se sentir que ela não está vivendo a melhor versão de si mesma.
O que isto está fazendo com nosso senso de identidade? Estamos nos tornando mais narcisistas? Ou estamos nos tornando mais inseguros?
PARABÉNS PELO ARTIGO. JÁ OBSERVO ESSE COMPORTAMENTO HÁ TEMPOS. AS PESSOAS, PRINCIPALMENTE OS JOVENS ESTÃO SE TORNANDO ESCRAVOS DE SI MESMO.
NA VERDADE PERCEBE-SE UM COMPORTAMENTO DE FRUSTRAÇÃO COM A VIDA REAL. !!
Muito Obrigada, José Carlos!
Os jovens e grande parte da nossa sociedade que está ficando cada vez mais dependente da opinião do outro e o que criou sobre si mesmo.
Abraço!