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Por que fingir propósito pode ser ruim — mas também pode abrir caminho para mudanças reais. 

Tudo é fake. 
Todo mundo mente nas mídias sociais. 
Não sei mais no que acreditar. 
Vivemos no mundo das informações pelo WhatsApp e Instagram. 

Com certeza, caro leitor, ou você já ouviu alguém dizer frases como essas, ou já foi invadido por esse sentimento. Vamos ir mais a fundo num assunto que afeta todos nós: as questões socioambientais. 

No universo corporativo, temos uma lista crescente de “washings*”: 

  1. Greenwashing: finge compromisso com a sustentabilidade ambiental, mas, na prática, pouco ou nada é feito. 
  1. Social Washing ou Woke Washing: empresas se dizem comprometidas com causas sociais apenas como estratégia de marketing. 
  1. Purpose Washing: negócios que adotam propósitos bonitos apenas para atrair consumidores e talentos. 
  1. Mental Health, Impact, ESG, Edu, DEI Washing: campanhas sobre saúde mental em ambientes tóxicos; empresas que dizem gerar impacto positivo sem métricas; relatórios ESG produzidos só por obrigação; programas educacionais vazios; e discursos de diversidade sem ações concretas. 

Acredito que você já ouviu, leu a respeito ou até trabalhou em alguma empresa com essas características. Existem inúmeros exemplos — e até documentários na Netflix sobre o tema. 

Vocês não estão aqui para ler nem se informar mais ainda sobre o assunto. O propósito deste texto é convidar à reflexão sobre os possíveis efeitos colaterais positivos da cultura do faz de conta. 

Como assim, benefícios em meio à mentira e hipocrisia? 

Eis o ponto: nem tudo é 100% ruim. 

Pressão gera ação 
Muitas empresas que começam fingindo sentem a pressão de consumidores, mídias e colaboradores. O discurso cria uma abertura para a cobrança. 

Causas ganham visibilidade 
Mesmo que por oportunismo, temas ambientais e sociais passam a estar no centro do debate público. 

Mais vigilância e controle 
O aumento do washing acelera a criação de mecanismos de monitoramento, selos, certificações e auditorias sociais. 

Porta de entrada para mudanças reais 
Algumas empresas começam pelo marketing e, com o tempo, são convencidas — ou obrigadas — a investir de verdade na causa. 

O washing não é ético nem ideal, mas pode ser o catalisador de mudança, especialmente quando a sociedade está atenta e cobra coerência. 

Dois pontos finais: 

  1. Sim, há aspectos positivos, mas o tempo é curto. Faça sua parte cobrando das empresas, comprando com consciência e só quando realmente necessário. 
  1. Se você já atua para promover mudanças reais, lembre: atacar de frente quem ainda não entendeu ou acredita que isso tudo é “briga política” dificilmente funciona. Caminhe pelo diálogo, pela troca e pela educação. 

Bora fazer nossa parte para um mundo melhor? 

*Washings são estratégias de marketing utilizadas por empresas, marcas ou instituições para aparentarem engajamento com causas sociais, ambientais ou éticas — sem, de fato, adotarem ações concretas ou estruturais. 
É uma forma de “maquiar” a imagem, utilizando discursos bonitos e campanhas convincentes, mas com pouca coerência entre o que se comunica e o que se pratica. 

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Cris Ljungmann

Minha missão é aprimoramento e performance profissional, para levar ao máximo o equilíbrio da vida com o trabalho. Especialista em trabalho Remoto e Híbrido, com mais de 20 anos de experiência em treinamentos e gestão. Abordagem com ênfase na mudança e aprimoramento de mindset, metodologias ágeis, utilizando tecnologias de ponta, sem descuidar a inteligência emocional, a comunicação e com forte influência nas áreas sociais e culturais. Antropóloga pela Universidade de Buenos Aires (UBA), Coach Executivo e Pessoal pela Sociedade Brasileira de Coaching (SBC) e professora da Universidade de Cambridge. Sócia da Dynamic Mindset, fundadora da Viver para Ser, diretora executiva do Agile Institute Brasil. Cris fornece serviços de consultoria, Coaching & Mentoring, e treinamentos de liderança e performance com profissionais e empresas que estejam na procura de mudança contínua e exponencial. Praticante de esporte aventura, amante da natureza, fotógrafa e escritora.