Poucas situações são tão frustrantes quanto potenciais não realizados. Ser um avatar de um ideal inalcançável e covardemente projetado, por nós ou um terceiro, mas fruto de uma fantasia perfeitamente irreal. E, muitas vezes, imposto por nós ou por uma necessidade de pertencimento.
Então, miramos no topo, sem ouvir o que realmente reverbera em nossa essência, determinados a “chegar lá”. E lá é onde mesmo? Não importa, mas meu GPS configurado por aquela projeção pega uma via expressa. E esta configuração é cheia de detalhes, pois sonhei com este destino a vida toda. Sei cada detalhe de como vou me portar, como triunfarei e celebrarei quando chegar “lá”. Mas esse “lá” salvo no destino daquele GPS, virou uma prisão, imposta por aqueles antigos critérios, enferrujando o livre arbítrio de cada um de nós.
Estabelecer metas é uma necessidade, mas estas metas precisam ser revistas a todo momento. De acordo com a nossa construção, nossa evolução, com o nosso “lá”. Porque nos construímos a cada passo, a cada encruzilhada e esta é a maior beleza de tudo.
Podemos mudar o rumo a cada momento. Poder escolher como nos construiremos e por que não, nos transformaremos. À cada passo dado, reavaliar o caminho, a velocidade e os parceiros das rotas. Porque você só cria a SUA estrada caminhando nela.
Sempre mirando alto, mas buscando a “sua” melhor versão. Este é o ponto principal, o eixo das escolhas. A angulação deve ser o meu melhor e não a comparação com outros.
Em especial, com o tal exército invisível que modula tudo e é representado pelo o que os “outros acham ou julgam”, pelo socialmente aceito e aplaudido. Aplausos externos. Pois cada um tem o SEU potencial, não existe um potencial padrão.
Desenvolver o seu potencial, sem a obrigação de atender as projeções alheias, ou até as suas próprias, é mais leve e traz resultados efetivos. Larga aquela mala pesada, grande e estourada, onde nem a alça sobreviveu e que está abarrotada de expectativas distorcidas, muitas delas alheias. Pega uma mochila vazia e começa a recheá-la com sonhos e metas reais. Segue tua intuição. Vai ganhar velocidade, pode acreditar.
Show!
Amei a reflexão. Muito tempo caminhei carregando tais expectativas que por sinal a maioria não eram minhas. Repeti um padrão que não era meu, uma certa lealdade invisível que me manteve presa. Até que encontrei no caminho exatamente o que precisava pra me libertar. Hoje sou mais leve e livre. Sigo meu coração e confio muito mais na vida.
Muito bom, Letícia! Devemos avaliar quais são nossas metas com frequência.
Adorei a reflexão, muito sensata e necessária.
Parabéns.
bjs