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A crise de liderança genuína em tempos de oportunismo

Liderança não é apenas ocupar um cargo ou ter visibilidade. Liderança exige legitimidade, história, preparo e autoridade conquistada. Mas o que temos visto em diversos setores é o crescimento de uma nova onda de falsos líderes: pessoas que aparecem, mas não representam; que ocupam espaços que não lhes pertencem, sem a experiência ou o preparo necessários para liderar.

Essa crise de liderança não é um fenômeno isolado. Segundo uma pesquisa da Deloitte de 2023, apenas 19% dos profissionais acreditam que suas organizações estão “muito bem preparadas” para desenvolver lideranças de qualidade. Já um estudo da Harvard Business Review aponta que líderes sem legitimidade ou preparo causam desengajamento nas equipes, resultando em até 50% de queda na produtividade.

Enquanto os verdadeiros líderes – aqueles que conhecem profundamente o setor – estão sobrecarregados com o operacional, o vácuo deixado é ocupado por oportunistas. Essa falta de liderança genuína reflete diretamente na qualidade das decisões e na representatividade da sociedade.

Quando o espaço vazio gera equívocos

As últimas eleições em São Paulo nos deram um exemplo claro do que acontece quando faltam líderes políticos preparados. O cenário foi marcado por uma guerra inédita, um embate acirrado onde o eleitor parecia não ter boas opções. Uma disputa que beirou o protesto. Por quê? Porque faltavam líderes reais para representar a população – pessoas com história, competência e legitimidade para ocupar o espaço.

E isso não é um caso isolado. De acordo com o relatório “Democracias em Crise”, do Pew Research Center, países com lideranças políticas frágeis tendem a experimentar maior polarização social e menor engajamento cívico. O que vemos é um ciclo que se retroalimenta: líderes de fachada surgem no vácuo deixado pela ausência de representantes legítimos, e a sociedade paga o preço com a perda de progresso e representatividade.

Quantas vezes assistimos ao espetáculo de figuras midiáticas assumindo cargos importantes, sem preparo ou visão estratégica? Quando a liderança se torna um palco vazio, os oportunistas sempre se apresentam.

Liderança orgânica: O exemplo das enchentes

No entanto, a sociedade também nos dá exemplos de liderança legítima. O que aconteceu no Rio Grande do Sul durante as enchentes deste ano é prova disso. Em meio ao caos, surgiram lideranças orgânicas: pessoas sem cargos políticos ou títulos oficiais, mas que assumiram a responsabilidade de organizar, ajudar e inspirar.

Esses foram os verdadeiros líderes: gente que entendia o problema, se comprometia e agia. Segundo um levantamento feito pelo jornal Zero Hora, grande parte da ajuda inicial durante as enchentes veio de voluntários locais, que desempenharam papel central na distribuição de mantimentos e no suporte às vítimas.

Porém, quando as águas baixaram, esses líderes desapareceram. Não porque perderam importância, mas porque não lhes foi dado o espaço necessário para continuar liderando. O que aconteceu ali mostra que a sociedade não é carente de líderes, mas sim de estruturas que valorizem a liderança genuína.

O momento de reação

Setores mal representados não avançam. Comunidades sem liderança autêntica ficam estagnadas. Empresas sem líderes legítimos perdem competitividade. Essa crise de liderança afeta diretamente a capacidade de organização e progresso da sociedade.

A Deloitte, em outro estudo recente, reforça que organizações com lideranças fortes são 230% mais propensas a apresentar alto desempenho financeiro. O que isso nos ensina? Que a presença de líderes preparados e legitimados faz toda a diferença – seja na política, na comunidade ou no mercado empresarial.

Chegou a hora de os líderes de verdade assumirem o seu papel. Empresários, gestores, especialistas, líderes comunitários e políticos com história e legitimidade precisam ocupar os espaços de liderança. Precisamos de lideranças reais, que falam com propriedade, defendem pautas relevantes e representam de fato os interesses coletivos.

Um convite aos verdadeiros líderes

Se você conhece o seu setor, se você tem experiência e vivência real, este é o seu momento. O espaço que você não ocupa será ocupado por oportunistas. Não deixe que isso aconteça. Não permita que pessoas sem história e sem compromisso assumam um papel que não lhes cabe.

A liderança legítima não pode ser substituída pelo oportunismo. É hora de assumir o protagonismo e representar aquilo que você conhece e defende.

E você? Vai ocupar o seu lugar ou vai deixar que os fake leaders falem por você?


Referências e Fontes

Deloitte:
Relatório sobre lideranças e desenvolvimento organizacional (2023)

Harvard Business Review:
Estudo sobre desengajamento e produtividade

Pew Research Center:
“Democracias em Crise” (2023)

Zero Hora:
Voluntários durante as enchentes no RS

Um comentário

  • Arlei Romeiro disse:

    Fantástico o artigo Alexandre! Só discordo que os líderes que surgiram no período da enchente desapareceram! Nem todos! 🤣🤣

    Espetacular! Parabéns!

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Alexandre Mota

Meu nome é Alexandre Mota, empresário e velejador apaixonado por inovação e vendas. Com mais de 20 anos de experiência em P&D de soluções tecnológicas, me especializei em automação, vendas e desenvolvimento de plataformas de tecnologia. Atualmente, sou sócio fundador e diretor executivo da Restora Phone Experts, um Fornecedor Independente de Reparo Apple (IRP) especializado em manutenção e reparo de produtos Apple. Como um velejador no mundo dos negócios, enfrento ventos variados e condições climáticas desafiadoras. Estou sempre atento às mudanças do mercado, contextos políticos e culturais, entendendo que a adaptação é a chave para manter a estabilidade em minha jornada empreendedora.