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Carol S. Dweck, em seu livro “Mindset: A nova psicologia do sucesso”, usa a fábula da lebre e da tartaruga para explicar a diferença entre mindsets fixos e de crescimento em relação ao esforço. A mensagem da fábula é que a lentidão e a constância vencem a corrida.

Ao tentar priorizar o poder do esforço, a fábula acaba reduzindo sua importância. Reforça a ideia de que se você tivesse a infelicidade de nascer pouco dotado ou se você não tivesse algum talento, você não teria necessariamente que ser um fracasso.

O problema é que essas histórias reduzem o problema a opções excludentes: ou você tem capacidade ou confia no esforço.

Reduzimos muitas coisas a opções excludentes.

Pouco tempo atrás eu estava em Mendoza em uma expedição de alta montanha. O cume da montanha seria o ápice de uma série de esforços durante um bom período de tempo. Preparação física e mental por meses! E mesmo com uma genética favorável para atividades de força – resistência, eu não escolhi me sentir a tartaruga!

Aliás, quanto maior o esforço, maiores as chances de sucesso, não é?

Mas nem todos os 4 membros da expedição pensaram o mesmo. Um deles comentou imediatamente que a viagem começou: “os guias de montanha (na Bolívia) têm a obrigação de prepará-lo para a altitude.” Frase com a qual ele nos advertiu a sua postura, o seu mindset. “Se alguma coisa dá errado, não depende de mim, mas de circunstâncias externas a mim.”

Este mindset fixo culpa os outros e / ou as circunstâncias, porque, sentindo-se vitimizados, eles também justificam o que acontece com eles. Culpar os outros e as circunstâncias é uma maneira fácil de não assumir responsabilidade, mas também é a maneira mais eficaz de perder o controle sobre a própria vida.

O que por sua vez resulta, muitas vezes, em hostilidade.

Não existe forma de se dar algo que não se tem”, diz César Leite, no seu artigo Pedras rolantes não criam limo.

A Hostilidade é causada por uma profunda dúvida sobre si mesmo, autocondenação e medo. É um tipo de projeção que direciona para outras pessoas o ódio que a pessoa hostil sente em relação a si mesmo. Culpando o mal dos outros por seus próprios defeitos, ele sente uma necessidade crônica de se-justificar, demonstrando seu mal, procurando-o, caçando-o e inventando-o.

O resultado de nossa expedição foi de 3 cumes, e não 4. Tire sua própria conclusão se o quarto membro aprendeu ou não com seu fracasso, se foi hostil ou não depois da expedição.

Ayn Rand descreve seu homem ideal como aquele que produz e vive de seu próprio esforço, não dá nem recebe daqueles que não merecem, honra as conquistas e rejeita a inveja.

Não podemos reduzir a opções excludentes o esforço, o mérito, o talento e as circunstâncias nas que somos criados. Porque não conheço ninguém que quisesse ser a tartaruga, mas uma infinidade de pessoas escolheram a lebre e acharam que era suficiente.

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Cris Ljungmann

Minha missão é aprimoramento e performance profissional, para levar ao máximo o equilíbrio da vida com o trabalho. Especialista em trabalho Remoto e Híbrido, com mais de 20 anos de experiência em treinamentos e gestão. Abordagem com ênfase na mudança e aprimoramento de mindset, metodologias ágeis, utilizando tecnologias de ponta, sem descuidar a inteligência emocional, a comunicação e com forte influência nas áreas sociais e culturais. Antropóloga pela Universidade de Buenos Aires (UBA), Coach Executivo e Pessoal pela Sociedade Brasileira de Coaching (SBC) e professora da Universidade de Cambridge. Sócia da Dynamic Mindset, fundadora da Viver para Ser, diretora executiva do Agile Institute Brasil. Cris fornece serviços de consultoria, Coaching & Mentoring, e treinamentos de liderança e performance com profissionais e empresas que estejam na procura de mudança contínua e exponencial. Praticante de esporte aventura, amante da natureza, fotógrafa e escritora.