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Responda rápido: qual qualidade um líder precisa ter hoje (mais do que nunca)? Podem vir muitas respostas, mas, certamente, uma delas virou quase um imperativo e assunto de 10 entre 10 rodas corporativas: a ambidestria.

Mas o que isso quer dizer? Esse é um conceito introduzido por Charles A. O’Reilly III e Michael L. Tushman, em 1996. Inicialmente, falou-se na capacidade das empresas de inovar sem negligenciar as eficiências operacionais existentes. Mas, com o tempo — principalmente agora — estamos expandindo a ideia para carreiras e lideranças. Podemos considerá-la uma abordagem emergente que busca aprofundar a compreensão da liderança em contextos de inovação.

Migrar da teoria para a prática, no entanto, não é tão simples. Líderes ambidestros, por exemplo, conseguem dosar bem inovação (explorando novas ideias) com execução (eficiência nos processos correntes), procurando não deixar nenhum prato cair. São dois comportamentos distintos, mas interdependentes, que podem ser empregados para aprimorar as práticas de liderança, além de aumentar a eficiência dos processos inovadores. Duas vertentes que podem (e devem) caminhar lado a lado!

Em outras palavras, como podemos fazer mais e melhor, ao mesmo tempo em que exploramos novas oportunidades de gerir um time, otimizando os métodos já em curso? Afinal, é impossível escolher entre inovação e eficiência. Necessitamos da dupla, ao mesmo tempo.

E por que a ambidestria virou esse item cobiçado? Bom, nem precisamos ir muito longe. O mundo atual, com um ambiente de negócios volátil e sem respostas fáceis e certeiras, exige mais da gente. E vai ganhar pontos quem desenvolver essa habilidade poderosa.

Líder ambidestro consegue engajar as pessoas, promovendo propósito e pertencimento. Também estimula o protagonismo, a responsabilidade, a atitude inovadora e a entrega de resultados consistentes, garantindo sustentabilidade.

Ao unir atividades transformacionais com transicionais dentro de um período, a liderança ambidestra valoriza a aprendizagem, o equilíbrio das atividades, a comunicação, o foco no futuro sem perder de vista o presente, a flexibilidade para balancear as questões operacionais e inovadoras, além de difundir a visão estratégica. Quando bem absorvida e aplicada, tem potencial de criar uma gestão disciplinada, com maior capacidade de administrar conflitos, capacidade cognitiva e inteligência emocional.

Pegando emprestada uma pesquisa focada nas organizações, feita pela McKinsey, 70% das iniciativas de transformação das empresas falham. O motivo está no desalinhamento entre inovação e operações existentes. Será que podemos pensar em algo parecido com os líderes? Como fazer o que já está funcionando e inovar na forma de mobilizar e inspirar pessoas? Ambos estão ok.

Talvez haja um caminho: respeitar a interdependência entre executar processos existentes e a capacidade de olhar para fora da caixa e aproveitar oportunidades inovadoras. Fácil? Continuo acreditando que não, mas longe de ser impossível. Somente o fato de estarmos rediscutindo nosso estilo de liderar já nos coloca em uma rota interessante.

Tem mais: é preciso manter a criticidade sobre nossos próprios pensamentos e suposições, desafiando ativamente a nossa mente. Ademais, vale estudar ideias variadas e opostas, construindo outros horizontes possíveis. Somamos também flexibilidade, uma comunicação transparente e inclusiva e foco no aprendizado. A empatia também é um ingrediente-chave, já que é vital olhar a perspectiva do liderado, buscando analisar as situações sob seu ponto de vista, valorizando as suas habilidades e dando o apoio necessário para que se desenvolva e cresça profissionalmente.

Vale lembrar que nenhuma empresa consegue se tornar ambidestra sem uma liderança engajada com o conceito, e que, mais tarde, cascateará essa cultura com os seus times.

Ainda precisamos de mais pesquisas e literatura que tratem de liderança ambidestra, mas não há a menor dúvida da sua importância. Uma palavra resume bem esse “novo” desafio: equilíbrio para navegar bem entre o presente e o futuro!

Um comentário

  • José Maurício Martins de Almeida disse:

    Na minha opinião, independente de posição ou classe social e gestão um verdadeiro líder não pode criar grupos, mas unir pessoas pelo mesmo propósito e pelo mesmo benefício,
    Att. José Maurício Martins de Almeida

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José Alfredo Nahas

Administrador de Empresas com pós-graduação em Desenvolvimento Comunitário pela Universidade de Lisboa e no Programa Avançado em ESG pela Escola de Negócios Saint Paul. Mais de 30 anos de carreira com passagem pelo Terceiro Setor e mundo empresarial. Após iniciar a sua carreira na AMBEV, como gerente comercial, atuou por 20 anos na ONG Parceiros Voluntários, tornando-se superintendente e liderando a equipe executiva, com report direto para o presidente do Conselho de Administração. Desde abril de 2024, ao aceitar um convite para retornar à AMBEV, assumiu a Diretoria de Gente e Gestão do Grupo Rotele, empresa responsável pela comercialização e distribuição da Cervejaria na cidade de Campo Grande (MS) e região.