Em diversas interações pessoais e profissionais que tenho presenciado, percebo que a grande condutora do momento se chama expectativa. As pessoas esperam que: algo ou alguém mude; faça alguma ação ou tome uma decisão; responda a um afeto de uma determinada maneira; adivinhe aos seus pensamentos, sem na maioria das vezes sequer expressá-los. Muitas vezes vejo pessoas comentando situações e as expectativas geradas como se o outro tivesse bola de cristal para entender o que se passa no seu âmago.
Toda vez que presencio tal situação – e antes que perguntem: claro que observo se e quando eu reajo da mesma maneira – é como se eu visse a pessoa adulta em sua versão infantil e até infantilizada, esperando que “seus pais” adivinhem o motivo do seu choro ou desconforto; ou que alguém externo diga qual é o melhor caminho a ser seguido. Sim, todos temos a nossa criança que sempre fala conosco e que se não entendemos a sua linguagem, ela pode se comunicar através de comportamentos, emoções, sentimentos desproporcionais ou até doenças.
Ter expectativas é saudável, nos move à ação, e quando ela é atingida vem a surpresa, a sensação boa; de outra forma vem a birra, frustração ou decepção.
A expectativa de uma pessoa é diferente de outra, visto que é uma construção interior, que leva em conta a história pessoal, emoções, formas de se perceber e agir diante dos sentimentos e das situações apresentadas do seu mundo interno ao mundo externo.
Expectativa é a espera que repousa em uma promessa ou probabilidade, portanto evoca o tempo.
Certamente estamos em tempos de transformações que não são lineares, assim como as emoções e sentimentos que são vivenciados diante de expectativas frustradas também não o são. Em situações como essas acessamos memórias não estruturadas ou inconscientes, mas presentes e ativas dentro de nós.
Por falar em tempo, temos com ele uma relação delicada: se algo ainda é distante não nos sentimos motivados, ou se está próximo nos sentimos estressados. Estudiosos e futuristas de diversas escolas afirmam que a nossa relação com o tempo hoje deve ser espiral, ou seja, devemos estudar, conhecer e nos adaptar continuamente, pois teorias e formas de aplicação do conhecimento podem se tornar obsoletas em meses.
Toda vez que me deparo com uma lista das habilidades necessárias para o momento profissional, por exemplo: atitude, comunicação (ouvir e se expressar), tomada de decisão, gestão de conflitos, gestão de times, adaptabilidade, antifragilidade entre outros, me pergunto como as pessoas pretendem desenvolver essas habilidades sem conhecer de pessoas, e principalmente, sem conhecer a sua pessoa.
Gostaria de propor que você se faça algumas perguntas: se um conhecimento pode se tornar obsoleto em poucos meses, qual é o seu critério para buscar novas qualificações e acessar novas informações? Como você verifica se a sua busca ou expectativa de resposta está no caminho certo?
Se as suas respostas forem algo como: eu simplesmente sigo o que o mercado dita, ou sigo quem eu considero inteligente ou importante, ok. esta é uma alternativa. Mas, essas escolhas estão lhe dando mais segurança interior ou lhe deixando mais ansioso? Como você valida o seu pensar, sentir e agir como ser humano?
Todos temos grandes “oráculos” interiores acessíveis e “gratuitos” para que possamos usar como critério de validação, por exemplo: sincronicidades, sonhos noturnos, doenças e até o seu biotipo, estrutura e gestual corpóreo, por que não fazemos uso dessas informações? Elas também seguem a lógica espiral do tempo, com a diferença que o seu conhecimento não se torna obsoleto, muito pelo contrário, possibilita que você tenha a adaptabilidade necessária, a motivação interior, modula a sua expectativa e fornece direcionamentos para a ação mais assertiva no momento.
Reforço o convite para você se permitir sentir as valências que a emocionalidade carrega e que tenha pessoas de confiança para conversar para que possa ir acessando os seus “oráculos”. Ao ter coragem para ir desvelando as camadas de proteção interior que todos criamos ao longo da nossa vida, você compreenderá que cada situação de estresse ou frustração carrega um aprendizado e um recurso novo à sua disposição.
Finalizo agradecendo por você ler esse texto e compartilho uma frase para sua reflexão:
“seja o mais ético, responsável, autêntico que você puder ser em cada sopro da sua respiração, porque você está abrindo a trilha do amanhã pela qual os outros irão passar” — Ken Wilber
Se você se interessou e quer saber um pouco mais sobre o assunto, ficarei feliz em receber sua mensagem com e-mail info@dynamicmindset.com.br , para que possamos compartilhar conhecimento.
Fiquem bem e estejam atentos às suas expectativas.